Contas de luz da Cemig estão mais caras em Minas Gerais a partir desta quarta-feira

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou um reajuste de 7,36% nas tarifas de energia elétrica para os consumidores residenciais da Cemig Distribuição. A decisão, comunicada em 20 de maio, entrará em vigor a partir desta quarta-feira, 28 de maio de 2025, e permanecerá válida até 27 de maio de 2026.

Impacto diferenciado para a tarifa social
Para cerca de 1,5 milhão de lares que usufruem da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), o acréscimo será significativamente menor, de 2,02%. Essa disparidade se justifica pela isenção do encargo da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) nas faturas dos beneficiários da tarifa social.

Encargos setoriais impulsionam o reajuste
O principal motivador do aumento nas tarifas da Cemig foi a elevação dos encargos setoriais, que contribuíram com 4,63 pontos percentuais para o novo valor. Esses encargos são essenciais para financiar diversas políticas públicas no setor elétrico brasileiro, como a universalização do serviço, a própria tarifa social, o fomento a fontes de energia renováveis (incluindo a geração distribuída) e o desenvolvimento energético dos estados.

Entendendo a composição da conta de luz
Giordano Bruno Braz de Pinho Matos, gerente de regulação da Cemig, esclarece que as distribuidoras, além de fornecerem energia, desempenham um papel crucial na manutenção do fluxo financeiro do setor elétrico nacional. Elas são responsáveis por arrecadar os recursos para remunerar geradoras e transmissoras, além de repassar impostos e encargos aos diferentes níveis de governo.

Na fatura dos consumidores mineiros, a Cemig Distribuição representa apenas 26% do valor total, cobrindo investimentos, depreciação de ativos e outros custos. Os 74% restantes são divididos entre encargos setoriais (18%), tributos federais e estaduais (21%), energia comprada (25%), encargos de transmissão (9%) e receitas irrecuperáveis (1%). Impostos como taxa de iluminação pública, ICMS, PIS e Cofins são integralmente repassados às prefeituras e aos governos estadual e federal.

O peso dos subsídios na fatura
Os subsídios representam um dos maiores impactos na conta dos clientes da Cemig, com uma parcela considerável destinada ao financiamento de empresas e usinas de geração distribuída em Minas Gerais. A Cemig D é a distribuidora com o maior número de conexões em sua rede, somando mais de 326 mil unidades instaladas e uma potência de 4,5 GW. A legislação brasileira determina que os clientes cativos da Cemig Distribuidora subsidiem esses empreendimentos por meio da conta de energia.

Conforme o “Subsidiômetro” da Aneel, 17,33% do preço da última fatura dos clientes da Cemig Distribuição foi direcionado para subsidiar outros consumidores, principalmente os de Geração Distribuída (GD). No ano passado, os clientes da empresa pagaram R$ 3,5 bilhões em subsídios, um aumento de 29,63% em relação ao ano anterior. Em 2025, o montante pago em subsídios pelos mineiros se aproxima de R$ 1 bilhão, com mais de 80% desse valor voltado para impulsionar a geração distribuída e fontes incentivadas, especialmente a solar, no estado. Com informações da Assessoria de Imprensa da Cemig.

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