Reforma do Imposto de Renda garante alívio financeiro para a maioria dos professores brasileiros
Uma transformação significativa no orçamento dos educadores brasileiros deve ocorrer a partir de janeiro de 2026. Segundo um levantamento detalhado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado ontem (17), as novas regras do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) trarão benefícios diretos para 73,5% dos professores que atuam na educação básica, abrangendo desde o ensino infantil até o médio, tanto no setor público quanto no privado.
A mudança, estabelecida pela Lei nº 15.270/2025 e sancionada no mês passado, projeta um impacto tão positivo que, para muitos docentes, a economia anual acumulada será comparável ao recebimento de um 14º salário. O estudo revela que a fatia de professores isentos de tributação dará um salto impressionante, passando dos atuais 19,7% para 51,6%.
Isenção histórica para mais de meio milhão de docentes
A nova legislação amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil e reduz o tributo para aqueles com rendimentos de até R$ 7.350. Na prática, isso significa que mais de 600 mil profissionais da educação básica deixarão de pagar o imposto integralmente. Em estados como Minas Gerais, Tocantins e Roraima, a projeção é que o percentual de isentos suba de 20% para 60% da categoria.
Mesmo em regiões com remunerações historicamente mais elevadas, como o Distrito Federal, o impacto será sentido: o número de educadores livres do imposto deve saltar de 10% para 25%. De acordo com Luciana Mendes Santos Servo, presidente do Ipea, a medida é fundamental para aumentar a renda disponível dos professores, especialmente daqueles que recebem valores próximos ao piso nacional do magistério.
Correção da tabela e o impacto na economia local
O estudo destaca que a reforma corrige uma defasagem histórica na progressividade fiscal do país. Como os professores formam uma das maiores categorias profissionais do Brasil e estão presentes em todos os municípios, a retenção de mais dinheiro no bolso desses trabalhadores gera um “efeito multiplicador” nas economias regionais.
Adriano Souza Senkevics, pesquisador do Ipea, explica que esse aumento no poder de compra se traduz em maior consumo local, o que, consequentemente, estimula a arrecadação e movimenta o comércio. A análise utilizou microdados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para mapear os efeitos reais sobre o orçamento de quem está “na ponta do giz”, garantindo uma visão precisa de como a política tributária influenciará a qualidade de vida da classe docente. Com informações da Agência Brasil

