Sem dinheiro, HNSC suspende cirurgias eletivas e provedor diz que outros serviços poderão ser cortados
A crise financeira do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) continua e agora chegou a uma nova fase. A dívida da instituição filantrópica vem se acumulando ao longo dos últimos anos e chegou ao nível máximo.
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A afirmação é do provedor da Irmandade Nossa Senhora da Conceição, entidade mantenedora da unidade de saúde, Osvaldo Alves Leite. Ele disse recentemente durante Assembléia Geral Extraordinária que a situação é crítica.
O diretor do único hospital de Pará de Minas deixou claro que houve um atraso em repasses do estado e a chamada Rede-Resposta do Pronto Socorro está comprometida. Os plantões dos médicos não são pagos há três meses e meio.
A falta de envio de subvenções por parte do município também vem dificultando o funcionamento do HNSC. A administração municipal já disse inúmeras vezes nos últimos anos que não tem obrigação legal de repassar essa verba para a entidade.
Osvaldo Alves Leite também disse que a partir desta segunda-feira, 17 de abril, as cirurgias eletivas estão suspensas no Hospital Nossa Senhora da Conceição, por falta de dinheiro para o custeio. Como chegou ao limite devido a crise financeira, ele também disse à reportagem do Portal GRNEWS que outros serviços deverão ser cortados gradativamente no único hospital de Pará de Minas, que também atende a microrregião.
Nesta segunda-feira, 17 de abril, o provedor do HNSC participou de mais uma reunião com o prefeito Elias Diniz (PSD), o vice-prefeito Zezé Porfírio (PV) e o deputado estadual Inácio Franco (PV).
O provedor do HNSC diz que as autoridades reafirmaram a intenção de firmar parceria entre município e o hospital. Porém, ele destaca a necessidade de sair da promessa e enviar recursos financeiros para a entidade:
Osvaldo Alves Leite
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O responsável pelo HNSC ressalta que a cobrança vem sendo direcionada ao gestor da saúde pública – o município. Reitera que não tem como administrar a prestação de serviço sem recursos para cobrir os custos:
Osvaldo Alves Leite
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Apesar da crise, o hospital ainda não paralisou todas as suas atividades. No ano passado os médicos fizeram um movimento para que os salários atrasados fossem pagos e a saída voltou a ser um refinanciamento em um banco:
Osvaldo Alves Leite
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Lembrou que os municípios vizinhos não ajudam a custear o atendimento da saúde pública em Pará de Minas e isso aumenta ainda mais o déficit. Uma situação que vem se arrastando e sem uma solução concreta:
Osvaldo Alves Leite
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O provedor informa que o HNSC não está devendo impostos e os parcelamentos estão em dia. Porém, o nível de endividamento chegou ao limite e agora é preciso que o gestor público tome providências:
Osvaldo Alves Leite
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A tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) não é reajustada há 15 anos e isso vem afetando drasticamente os hospitais em todo o Brasil. O HNSC não tem como contrair novos empréstimos por causa dos compromissos já assumidos e que estão sendo pagos:
Osvaldo Alves Leite
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A Secretaria Municipal de Saúde já informou que o convênio com o Hospital Nossa Senhora da Conceição estava sendo negociado para que os repasses financeiros sejam feitos.
O prefeito Elias Diniz garantiu que o HNSC não fechará as portas, mas os serviços que já estavam precários, começaram a ser suspensos, como é o caso das cirurgias eletivas.
O chefe do Poder Executivo Municipal explicou também que os maiores agravantes tem sido a falta de repasses do governo de Minas Gerais e a forte crise financeira enfrentada pelo município. Contudo, garantiu que honrará todos os compromissos financeiros assumidos com o hospital. Mas ao que parece nenhum compromisso foi assumido até o momento. Caso contrário, os serviços não estariam sendo cortados, impedindo a população de ser atendida pelo SUS em determinados procedimentos.
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