Aumenta o número de falsos profissionais tentando se registrar como terapeutas ocupacionais em MG
Mercado aquecido, com alta demanda por terapeutas ocupacionais de todo o País, nas mais diversas áreas. Esses profissionais atuam nos contextos sociais, escolares e hospitalares, além de serem essenciais no acompanhamento da saúde mental. Eles também são imprescindíveis no tratamento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), condição do neurodesenvolvimento que vê o seu número de diagnósticos crescer a cada dia, no mundo inteiro. Uma profissão em evidência que, infelizmente, já atrai a atenção de aproveitadores. Pessoas com documentos falsos têm tentado realizar o registro profissional junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Minas Gerais (CREFITO-4 MG), segundo a própria autarquia.
“Temos observado um número crescente de farsantes tentando realizar o registro no CREFITO-4 MG, como supostos terapeutas ocupacionais, com documentos adulterados. As tentativas de fraude com diploma aumentaram mais de 90% de 2023 a 2024. O nosso setor de fiscalização também já identificou falsos profissionais atendendo como terapeutas ocupacionais, sem terem o registro no Conselho, além de profissionais com outras graduações exercendo a profissão, contendo apenas pós-graduação na área, sem terem cursado Terapia Ocupacional, o que é totalmente ilegal. Estamos redobrando o cuidado para proteger a sociedade de impostores e para preservar a nossa profissão, por meio de uma fiscalização constante e ativa”, destacou o presidente do CREFITO-4 MG, Anderson Coelho.
De acordo com Anderson Coelho, o mercado aquecido traz uma gama de oportunidades com oferta salarial acima da média no mercado da saúde. Para ele, “o fato tem despertado interesse também de oportunistas, que tentam ingressar na profissão sem possuir a titulação necessária, podendo gerar prejuízos financeiros para quem contrata, mas, principalmente, danos irreparáveis à saúde dos pacientes que possam vir a ser atendidos pelos falsos profissionais. Importante salientar que a própria população pode verificar se o terapeuta ocupacional possui registro no CREFITO-4 MG, acessando o site do Conselho. Quando comprovada a fraude, tomamos as medidas cabíveis, como o encaminhamento para a Polícia ou para o Ministério Público”, concluiu.
Profissão crescente
A Terapia Ocupacional tem ganhado mercado e adeptos por seu desempenho no cuidado da saúde da população. Antes pouco conhecida, hoje a profissão tem seu alcance ampliado graças à atuação com doenças como o Transtorno do Espectro Autista. Em 2002, a prevalência do TEA era de 1 para cada 150 crianças, e em 2016 o número foi de 1 para 54. Em relatório recente, a estimativa é que 1 em cada 36 possam possuir o diagnóstico. Os números foram publicados pelo Centers for Disease Control and Prevention, nos Estados Unidos. Apesar das estatísticas não serem concernentes à população brasileira, os dados são utilizados pelos estudiosos da área como referência para nortear as ações voltadas para o TEA no País.
Com o aumento de casos de autismo, cresceu a demanda pelo terapeuta ocupacional para integrar as equipes multidisciplinares de atendimento ao TEA, tanto no serviço público quanto nas instituições privadas. A demanda por profissionais na área é tamanha que em muitos locais faltam terapeutas ocupacionais para suprir as vagas disponíveis. A procura tem crescido também em outras áreas de atuação do serviço público, especialmente nas cidades do interior de Minas Gerais, onde se registrou, nos últimos anos, aumento exponencial de oferta de vagas em concursos públicos para a Terapia Ocupacional. Hoje, o Estado conta com 2.300 terapeutas ocupacionais registrados no CREFITO-4 MG. Com informações da Assessoria de Comunicação do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Minas Gerais – CREFITO-4 MG.