Economista avalia que situação do Brasil só deve melhorar em três anos e traça Raio-X do mercado financeiro

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Estas são duas das perguntas mais formuladas e ouvidas nos últimos dias, depois que o Senado Federal cassou definitivamente a presidente Dilma Roussef.

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Michel Temer assumiu e nas ruas a maioria está muito confiante. Muitos acreditam que a situação das pessoas com renda menor vai piorar ainda mais com as medidas que o governo Temer está prometendo.

A insatisfação pode ser notada no número de participantes nas manifestações realizadas nas principais capitais brasileiras aos gritos de “Fora Temer”. O mesmo brado foi ouvido no desfile da Independência realizado nesta quarta (7), em Brasília. Manifestantes gritavam “Fora Temer” e “Golpista”, enquanto um grupo tentava rebater chamando os que protestavam de “Comunistas”.

Mas discussões a parte, se Temer vai dar certo ou não, enquanto as medidas anunciadas por ele não chegam para discussão e votação no Congresso Nacional, as questões econômicas momentâneas continuam tirando o sossego dos paraminenses, assim como os demais brasileiros.

Para tentar entender o um pouco do que está por vir, a reportagem do Portal GRNEWS conversou com o economista e ex-presidente da Associação Empresarial de Pará de Minas (Ascipam), Eduardo de Almeida Leite.

Perspectivas para o Brasil

Atento ao mercado e suas oscilações, Eduardo de Almeida Leite, iniciou falando da perspectiva quanto ao novo governo.

Para ele o afastamento de Dilma Roussef foi apenas o primeiro passo de uma caminhada longa, para que o país possa retomar o ritmo de crescimento, além é claro, do apoio do Congresso Nacional. Ele acredita que o Brasil, dando tudo certo, só crescerá em dois ou três anos:
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Eduardo de Almeida Leite
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Reforma da Previdência Social

O economista também falou que neste pacote de medidas a serem propostas pelo governo federal é essencial que haja entendimento com o Congresso Nacional para fazer a reforma da Previdência Social, desde que controle também os gastos públicos que oneram em muito a máquina estatal:

Eduardo de Almeida Leite
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Desemprego

Ele destaca que o país precisa de novos investimentos e crescimento econômico para poder gerar novos empregos, que hoje atinge aproximadamente 12 milhões de trabalhadores em todo o Brasil:

Eduardo de Almeida Leite
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Brasil está parado

Eduardo de Almeida Leite enfatiza a necessidade urgente de mudanças nas áreas fiscal, previdenciária e contenção de gastos públicos, para que o Brasil volte a ser atrativo para os investidores internacionais que estão de olhos nos juros altos no mercado brasileiro.

Por enquanto, ele avalia que o país está praticamente parado. Até as novas empresas estão sendo abertas por pessoas que perderam o emprego e sem opção buscam alternativa para o sustento da família:

Eduardo de Almeida Leite
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Taxa Selic

O economista também abordou os juros altos no país e principalmente da Taxa Selic, mantida recentemente pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em 14,25% ao ano. Para ele, esse juro alto é como se fosse duas faces de uma moeda. De um lado prejudica que precisa de crédito para comprar um eletrodoméstico, de outro, os especuladores fatura alto com esta taxa elevada:

Eduardo de Almeida Leite
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Sobre a trajetória da Taxa Selic, ele afirma que as últimas duas atas do Copom sinalizam com a possibilidade de queda da taxa de juros em reuniões futuras. A questão está em aberto e a queda depende de melhoria das condições econômicas, como a queda da inflação:

Eduardo de Almeida Leite
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Juros do cheque especial

No dia 25 de agosto, foi anunciada a taxa de juros do cheque especial continuou a subir no mês de julho. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, chegando a novo recorde na série histórica do BC, iniciada em julho de 1994. Para Eduardo de Almeida Leite, os juros do cheque especial não justificam mais o seu uso e as pessoas deveriam recusar este serviço quando for oferecido pelos bancos:

Eduardo de Almeida Leite
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Juros do Cartão de Crédito

A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito também é assustadora. Dados do Banco Central, divulgados no fim de agosto, confirmam que a taxa chegou a incríveis 470,7% ao ano é a mais alta entre as pesquisadas pelo BC. Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pontos percentuais. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Esta é mais uma modalidade de crédito que o economista recomenda que ninguém utilize:

Eduardo de Almeida Leite
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O Banco Central também divulgou no dia 25 de agosto outros números importantes sobre o cenário econômico brasileiro.

A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados subiu 2,3 pontos percentuais e ficou em 151,8% ao ano.

A taxa do crédito pessoal subiu 3,9 pontos percentuais para 132,2% ao ano. Já a taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) caiu 0,2 ponto percentual para 29,2% ao ano.

A taxa média de juros cobrada das famílias subiu 0,5 ponto percentual, de junho para julho, quando ficou em 71,9% ao ano.

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas ficou estável em 6,2%.

A taxa de inadimplência das empresas subiu 0,1 ponto percentual e ficou em 5,2%. A taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas ficou em 30,4% ao ano, alta de 0,1 ponto percentual em relação a junho.

Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual para 10,6% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 1 ponto percentual para 12,7% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 1,8%, com alta de 0,1 ponto percentual em relação a junho. A taxa de inadimplência das empresas ficou estável em 1,1%.

O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos caiu 0,4%, em julho e 3,2%, no ano. No mês passado, o saldo ficou em R$ 3,115 trilhões. Esse valor correspondeu a 51,4% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), ante o percentual de 52,9% registrado em junho deste ano.

Outro fator é que o baixo nível de confiança na economia e os juros mais caros também afetam o saldo do crédito. Neste mês, o BC deve revisar para baixo a previsão de crescimento do crédito, este ano. De acordo com a estimativa divulgada em junho, o crédito deve crescer 1%.

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