Operação da Polícia Civil mira esquema de jogo do bicho em MG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, ontem (31), em Januária, região Norte do estado, a operação Ascêncio Bet para o cumprimento de sete mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão. A ação visa apurar os crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Além dos mandados, a Justiça também autorizou a indisponibilidade de bens móveis e imóveis, totalizando valor superior a R$ 10 milhões.

A investigação teve início no ano de 2018, após a operação Game Over em todo o estado, visando reprimir a contravenção de exploração de jogos de azar, identificando previamente os locais onde estavam ocorrendo práticas de jogos dessa natureza. À época, pessoas que exploravam essa modalidade foram presas e assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência. Desde então, os policiais civis reuniram provas da ascensão patrimonial e financeira de um grupo criminoso que se instalou na cidade para explorar a contravenção penal vulgarmente conhecida por jogo do bicho.

A investigação apontou que toda a renda ilícita era lavada por pequenas empresas. Contudo, em razão das altas quantias, os empreendimentos tiveram um grande crescimento, decorrente do capital que provinha da contravenção penal.

O delegado Flávio Cavalcanti, que conduziu a investigação, explicou que os suspeitos, que fazem parte da mesma família, formavam uma rede criminosa muito bem organizada, com estrutura ordenada e divisão de tarefas, especializada no cometimento de contravenções e na lavagem de dinheiro que era captada com a prática. Segundo o delegado, eles também usavam mão de obra externa para ocultar os valores, contratando contadores para articular a entrada e a movimentação financeira nestas empresas, fazendo parecer que toda a operação realizada fosse lícita.

O delegado explicou, ainda, que o grupo praticava preços abaixo do mercado, realizando uma concorrência desleal entre as empresas que trabalhavam de forma lícita no município, ocasionando o enriquecimento ilícito deste grupo, por isso, representou pelo bloqueio destes bens. “Com a investigação avançada, observamos que as empresas recebiam depósitos que eram inseridos no capital da empresa. A partir de então, eles compravam outros bens e aumentavam seu patrimônio. Ao todo, quatro empresas, entre elas um hotel situado em Januária e mais de 20 veículos, foram indisponibilizados pela Justiça”, informou Cavalcanti.

A delegada regional Lujan Pinheiro disse que a operação é resultado do trabalho qualificado de inteligência e investigação da Polícia Civil. “Essa é a primeira fase da operação e, com base nas informações coletadas até o momento, vamos concentrar os levantamentos em outros lastros financeiros e, ainda, identificar outros suspeitos, se houver, recuperando para o estado o dinheiro desviado”, explicou.

Participaram da operação 50 policiais civis. As informações são da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil de Minas Gerais.

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