A importância do pré-natal para a saúde da gestante e do bebê

A gestação traz inúmeras mudanças no corpo e na saúde da mulher. Alguns cuidados são essenciais durante esse período. O pré-natal é o principal deles, e deve começar assim que a mulher descobre que está grávida. No Brasil, a partir desse momento, o Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas, no mínimo, seis consultas, sendo ideal que a primeira ocorra ainda no primeiro trimestre da gravidez.

“É muito importante o acompanhamento do posto de saúde. Sinto-me segura para tirar as minhas dúvidas. Sou tratada com carinho, como se fosse da família”, relata Elaine Cristina Alves, 26 anos, mãe com 11 semanas de gestação. Pela segunda vez, ela faz o acompanhamento gestacional na unidade de saúde Grão Pará, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.

A referência em vigilância do óbito materno, infantil e fetal da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni, Flávia Lilian Rocha Ferreira, relata que a hipertensão gestacional e o descolamento prematuro de placenta são as principais causas de óbito materno na região, e considera o acompanhamento do pré-natal uma das principais ferramentas para reduzir essa mortalidade. “A mulher precisa entender que é muito importante procurar o serviço assim que descobrir a gravidez para fazer o pré-natal e o serviço de saúde precisa estar ciente de que essa mulher precisa de cuidados”, diz a referência.

Mas afinal, o que é o pré-natal? Por que ele é tão importante e de que forma pode impactar na redução da mortalidade materna?

A médica ginecologista e obstetra, Clarice Guimarães Miglio, explica que o pré-natal é uma parte da medicina preventiva na qual é possível prever a maioria dos desfechos desfavoráveis na obstetrícia, identificar precocemente situações que possam apresentar risco para a mãe e bebê, podendo inclusive evitar o óbito.

Durante as consultas de pré-natal são realizadas aferição da pressão arterial da gestante, escuta dos batimentos cardíacos do bebê, medição do útero, observação se há ou não contração, além de serem solicitados exames, analisados os resultados anteriores, e esclarecidas as dúvidas. O Ministério da Saúde orienta a seguinte periodicidade das consultas: mensalmente até a 28ª semana de gestação; quinzenalmente, entre a 28ª e 36ª semana; e semanalmente, a partir da 36ª semana até o parto. “Não há alta do pré-natal. O acompanhamento deve ocorrer até o bebê nascer”, enfatiza Clarice.

Pré-natal no SUS
Para acessar o serviço no Sistema Único de Saúde (SUS) a gestante deve comunicar a gravidez ao agente comunitário de saúde ou procurar a unidade de saúde de sua referência. Além das consultas, a unidade mantém o cartão de vacina da gestante atualizado e realiza exames laboratoriais e de imagem.

Na atenção primária, a gestante também é avaliada quanto ao risco gestacional e, caso seja identificado algum critério que exponha a mãe ou o bebê, a paciente é encaminhada para o Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) no qual receberá uma assistência direcionada, com profissionais especializados. O centro também mantém contato com a atenção terciária de referência ao alto risco.

Avanços
Apesar de ter um dos piores indicadores referentes à mortalidade materna no estado de Minas Gerais, a região de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni tem apresentado avanços quando se trata da realização de pré-natal no âmbito do SUS.

No primeiro quadrimestre de 2023 (janeiro a abril), 75% dos municípios da SRS cumpriram um dos indicadores do Previne Brasil (programa de financiamento da Atenção Primária à Saúde do Governo Federal), que estabelece a meta mínima de 45% de gestantes com pelo menos seis consultas de pré-natal realizadas, sendo a primeira delas, realizada até a décima segunda semana de gestação. “Se compararmos esse resultado com o do primeiro quadrimestre de 2022, em que apenas 43% dos municípios alcançaram a meta, percebemos um avanço importante na quantidade de consultas de pré-natal realizadas e na prevenção de agravos que podem ser detectados e tratados para evitar nascimentos prematuros, óbitos maternos e fetais”, pontua a referência regional do programa, Adriana Agostini. Com Agência Minas

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