Com a Saúde colapsada Pará de Minas transfere pacientes para cidades distantes aumentando o sofrimento das famílias

Em meio à pandemia do novo coronavírus, uma das ações do Município foi abrir novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), com apoio da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Governo Federal, e também inaugurar o Hospital Municipal Padre Libério (HMPL). Este, exclusivo para tratamento de pacientes com suspeita ou já diagnosticados com o novo coronavírus.

As ações ocorreram no primeiro semestre de 2020 e até então conseguiram atender toda a demanda necessária. Inclusive Pará de Minas foi referência para outros municípios que não tiveram a mesma sorte e lotaram rapidamente o sistema público de saúde. Com isso o hospital, que atende através do Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu pacientes de várias cidades, algumas bem distantes daqui.

Mas infelizmente o jogo virou. Há dias o HNSC e o HMPL estão lotados com 100% de ocupação na UTI. O jeito é conseguir vagas em outras cidades. Somente no fim de semana, pacientes paraminenses foram transferidos para Caratinga e Formiga.

Como se não bastasse a lotação dos leitos em Pará de Minas, a transferência de pacientes para outros municípios, apesar de necessária, é muito dolorosa para quem precisa e para seus familiares. Caso esteja consciente o fato de estar longe de casa preocupa ainda mais o paciente. No caso de Caratinga, que está há cerca de 400 quilômetros de Pará de Minas, a situação fica ainda mais difícil. Familiares se esforçam para deslocar até a cidade, muitas vezes sem dinheiro e sem conhecer ninguém, sofrendo muito e a espera notícias que podem ser as piores possíveis dependendo dos casos.

A situação é triste. Tanto que a população questiona desde ontem (24), principalmente em comentários nas redes sociais, a decisão do Comitê que fechou parques, praças e pontos turísticos. Argumentam que a decisão do Comitê é ineficaz e só foi tomada para dar uma espécie de satisfação. Os críticos dizem que os espaços públicos onde as pessoas podem manter o distanciamento social foram fechados, mas o Comitê manteve abertos estabelecimentos, que são considerados como não essenciais pelo plano Minas Consciente, e geram muitas aglomerações como os bares, contribuindo para a propagação do novo coronavírus.

A situação se repete e a bola da vez com a saúde colapsada é Pará de Minas. Caratinga, cuja distância é de 380 quilômetros, está mais tranquila no momento. Lá eram 20 leitos de UTI no início da pandemia e conseguiram abrir outros 105, totalizando 125 leitos para tratamento de Covid-19.

O Portal GRNEWS acompanhou a reunião do Comitê na tarde de segunda-feira (24), que definiu o fechamento de locais públicos para conter aglomerações, onde o secretário Municipal de Saúde Wagner Magesty informou a realidade do município. Naquela tarde oito pacientes aguardavam vagas em UTI da região para serem transferidos. Durante a reunião foi dito que alguns pacientes foram transferidos para Coromandel, mas a informação foi corrigida pelo secretário de saúde, afirmando que paraminenses foram transferidos apenas para Caratinga e Formiga.

Diante da situação destes pacientes de Pará de Minas necessitando de transferência, o Portal GRNEWS conversou com Wagner Magesty sobre o assunto. Ele explica como funciona e em quais casos o paciente precisa ser transferido para outra cidade:


Wagner Magesty

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Wagner Magesty destaca ainda que já vinha informando a todos do possível pico de casos e mortes no fim de maio. Ressalta a idade das pessoas que estão contraindo o novo coronavírus:

Wagner Magesty
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No HNSC há 21 leitos de UTI exclusivos para Covid-19 e outros 20 de Enfermaria. Já no HMPL são 24 leitos, sendo 10 semi-intensivos, 10 clínicos e quatro para medicação rápida.

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