Impacto regional: secretário-geral da ONU alerta para riscos após bombardeio dos EUA ao Irã
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, emitiu ontem (22) um grave alerta sobre o bombardeio norte-americano a instalações nucleares iranianas, classificando-o como uma perigosa escalada em uma região já em crise. A declaração foi feita durante a abertura de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que terminou sem a aprovação de qualquer resolução.
Guterres enfatizou a exaustão da população regional diante de mais um ciclo de destruição e advertiu para o risco iminente de uma série de retaliações. Ele defendeu a urgência da diplomacia, a proteção dos civis e a garantia da navegação segura para evitar um agravamento da situação.
Apelo por não proliferação nuclear
O secretário-geral ressaltou a necessidade de uma solução confiável, abrangente e verificável para restaurar a confiança global em relação à não proliferação de armas nucleares. Segundo ele, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU devem ter acesso total às instalações nucleares do Irã. Guterres sublinhou que o tratado de não proliferação nuclear é um pilar fundamental da paz e segurança internacionais, e o Irã deve cumpri-lo integralmente.
Desde o início da crise, Guterres tem condenado repetidamente qualquer escalada militar no Oriente Médio. Ele recordou ter feito um apelo direto, há dois dias, na mesma sala do Conselho de Segurança, para que se desse uma oportunidade à paz. No entanto, o cenário atual mostra o oposto. “Precisamos agir de forma imediata e decisiva para conter os confrontos e retomar as negociações com seriedade e constância sobre o programa nuclear iraniano”, afirmou.
O caminho da paz mundial
António Guterres reafirmou a disposição das Nações Unidas em apoiar todos os esforços para alcançar uma resolução pacífica, destacando que a paz não pode ser imposta, mas sim escolhida.
Ele apresentou uma clara dicotomia: “Um caminho nos leva a mais guerra, mais sofrimento humano e danos gravíssimos à ordem internacional. O outro caminho nos conduz à distensão, à diplomacia, ao diálogo. Sabemos qual é o caminho correto”.
O secretário-geral concluiu pedindo a todos os membros do Conselho de Segurança que ajam com sensatez e urgência, reiterando que “não podemos perder a esperança de alcançar a paz”. Com informações da Agência Brasil