Como será o funcionamento do CTI do HNSC durante a paralisação dos médicos? Coordenadora explica
WhatsApp
Conforme o Portal GRNEWS publicou na manhã desta quarta-feira, 16 de novembro, a Associação Médica de Pará de Minas (AMPM) confirmou a paralisação parcial das atividades dos médicos que atendem no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) a partir desta sexta-feira (18).
Curta a página do Portal GRNEWS no Facebook Siga o Portal GRNEWS no twitter
Esta confirmação causou grande repercussão e preocupação por parte dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e também daqueles que buscam atendimento naquela unidade através dos convênios, planos de saúde e particulares.
Os médicos anunciam que não atenderão nem os pacientes particulares, nem de planos de saúde. Somente pacientes com risco iminente de morte durante a paralisação parcial dos atendimentos.
A categoria alega que não está recebendo pelos plantões há cerca de três meses e demais procedimentos há nove meses. Com tanto atraso, argumentam que a situação está ficando insustentável.
Durante pronunciamento na tribuna livre da Câmara Municipal o vereador Geraldo Luiz Batista (PMN) se posicionou a favor da criação de um plano de saúde a preço popular e a construção de um Hospital Municipal.
Enquanto isso o tempo passa nenhuma solução para a crise financeira do único hospital de Pará de Minas. A crise parece ser eterna. Muitos diretores já passaram pelos cargos mais de uma vez, e o discurso não muda: falta dinheiro.
Para o prefeito Antônio Júlio de Faria, o vereador Geraldo Luiz Batista e até para a Associação Médica de Pará de Minas o problema está na gestão do único hospital do município, que também atende pacientes da microrregião.
Antônio Júlio de Faria vem repetindo desde 2013 que o problema do hospital não é dinheiro, e sim falta de gestão. O vereador Geraldo Luiz Batista afirmou recentemente na Câmara Municipal que falta gestão inteligente no hospital e defendeu a construção de um hospital municipal. Em nota assinada pelo presidente Éverton Marinho Paiva e pelo diretor Clínico do HNSC Evandro Ferreira Campos, a Associação Médica de Pará de Minas cita problemas que agravaram a crise da entidade, entre eles, a má administração.
Ás vésperas da paralisação, a reportagem do Portal GRNEWS, ouviu a médica especialista em Cardiologia, Luciana Alves, coordenadora do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do HNSC.
A profissional explica que o CTI continuará atendendo normalmente durante a paralisação dos médicos. Ela ressalta que todos os pacientes que necessitarem receberão a devida assistência nas vagas que estiverem disponíveis naquele setor:
Luciana Alves
ctihnsclucianaalves1
A cardiologista acrescenta que vem trabalhando normalmente mesmo sem receber há alguns meses. Declara que a situação difícil da instituição já é de conhecimento do Conselho Regional de Medicina (CRM):
Luciana Alves
ctihnsclucianaalves2
A médica deixa claro que não será deflagrada nenhuma greve, pois não existe uma reivindicação de aumento de salário. Será uma paralisação parcial por causa da falta de pagamento dos profissionais de saúde.
Ela explica que o Pronto Atendimento Municipal José Porfírio de Oliveira (P.A.) não tem estrutura para internar os pacientes com risco de morte. A coordenadora afirma que o CTI do HNSC tem dado todo o suporte visando salvar vidas:
Luciana Alves
ctihnsclucianaalves3
Luciana Alves desabafa dizendo que tem consciência de que o hospital não é da prefeitura. Cita que o município deveria então construir um CTI e um hospital rapidamente para sanar os problemas, conforme defende o vereador Geraldo Luiz Batista:
Luciana Alves
ctihnsclucianaalves4
Sobre a falta de pagamento por parte do HNSC, a cardiologista explica que a entidade não tem os recursos suficientes para cobrir as despesas com os médicos. Ela ressalta que os profissionais precisam receber porque tem compromissos e a instituição está precisando de ajuda:
Luciana Alves
ctihnsclucianaalves5
A profissional de saúde revela que o dinheiro repassado pelos planos de saúde não foi para os médicos e ficou retido no HNSC para o pagamento de dívidas. Ela também frisou que a saúde é dever do Estado:
Luciana Alves
ctihnsclucianaalves6
Para finalizar a médica afirma que os profissionais querem receber vários meses de pagamentos atrasados. Voltou a destacar que o CRM apóia a paralisação parcial e apenas os casos de urgência e emergência serão atendidos:
Luciana Alves
ctihnsclucianaalves7
A reportagem do Portal GRNEWS procurou a diretoria do HNSC para ouvir a versão dos diretores após a confirmação da paralisação parcial dos médicos, mas não conseguiu falar com com ninguém. A secretária informou que estavam em reunião e ficou de fazer contato para se pronunciarem, mas isso não aconteceu até o momento da publicação.
O representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), promotor de Justiça, Charles Daniel França Salomão, responsável pela Curadoria de Saúde na Comarca de Pará de Minas, também não quis se pronunciar sobre o assunto.
O prefeito Antônio Júlio de Faria (PMDB) também foi procurado pela reportagem para tratar do assunto, que é de extrema gravidade, porém, sua assessoria informou que ele estava viajando.
O presidente da Associação Médica de Pará de Minas, Éverton Marinho Paiva, foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se manifestar sobre o tema.
Também procuramos o diretor Clínico do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Evandro Ferreira Campos, entretanto ele não atendeu e sua secretária disse que o mesmo retornaria mais tarde, mas isso não aconteceu até o fechamento desta publicação.
O espaço continua aberto, caso queiram se manifestar.
Portal GRNEWS © Todos os direitos reservados.