Servidores em greve alertam para a Crise na fiscalização ambiental de Minas Gerais e cobram valorização
O Portal GRNEWS acompanhou a reunião da Câmara Municipal de Pará de Minas, realizada ontem, 09 de setembro. Na ocasião, durante pronunciamento na tribuna do Legislativo, servidora Elma Ayrão Mariano destacou a urgência da situação dos servidores do sistema estadual de meio ambiente de Minas Gerais, que iniciaram uma greve por tempo indeterminado. A paralisação, aprovada em assembleia com mais de 99% dos votos, busca chamar a atenção para o esvaziamento do setor e a falta de valorização da categoria.
A greve geral teve início em 1º de setembro. A servidora explicou que a categoria tentou negociar com o governo, enviando ofícios, participando de reuniões e apresentando pautas, mas não obteve uma resposta efetiva.
Desvalorização e defasagem salarial
Um dos principais motivos para a greve é a defasagem no quadro de funcionários e a perda salarial. Em janeiro de 2025, o sistema contava com apenas 1.353 servidores, uma queda de quase mil profissionais em comparação com 2013, quando o número era de 2.400. A falta de servidores efetivos compromete a segurança jurídica dos atos administrativos e aumenta a vulnerabilidade da gestão pública, que recorre a comissionados, contratados e estagiários.
Além da redução de pessoal, a categoria enfrenta a desvalorização salarial. Com perdas que chegam a 82%, os salários dos servidores ambientais de Minas Gerais estão entre os piores do país, sendo comparáveis aos salários de nível médio em Mato Grosso. A categoria também reivindica o pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade, além de melhorias no plano de carreira.
O papel estratégico do meio ambiente
Apesar da crise, os servidores ambientais de Minas Gerais realizam um trabalho crucial. Suas responsabilidades incluem licenciamento, fiscalização ambiental, gestão de recursos hídricos, fiscalização de barragens e saneamento básico. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente é a segunda maior arrecadadora do estado, mas recebe de volta menos de um terço dos recursos para investimento.
Segundo os servidores, a arrecadação é vinculada à degradação ambiental, o que torna ainda mais grave a falta de investimento na estrutura de fiscalização. A sociedade civil, por meio de Elma Ayrão Mariano, também destacou o impacto das tragédias de Mariana e Brumadinho, ressaltando que a devastação e as mortes poderiam ter sido evitadas com uma fiscalização mais robusta.
O movimento busca o apoio da sociedade e dos vereadores para que haja um diálogo com o governo e uma valorização da carreira. A representante da categoria espera que a mobilização resulte na realização de um concurso público e na melhoria das condições de trabalho para garantir a proteção do meio ambiente e o futuro de Minas Gerais.
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