Reajuste dos servidores de Pará de Minas revela divergências entre presidentes do Sitraserp e da Câmara Municipal
Mais uma vez, o Projeto de Lei Complementar nº 03/2025, que trata da revisão salarial dos servidores municipais de nível elementar, saiu da pauta da Câmara Municipal de Pará de Minas. Na reunião desta terça-feira (16), o pedido de vistas partiu da Comissão de Saúde, em nome dos vereadores Marcílio Magela (PSD) e Cristiano Fernandes (Republicanos). A proposta do prefeito Inácio Franco (PL) busca corrigir os vencimentos de aproximadamente 700 trabalhadores que recebem abaixo do salário mínimo, elevando-os para R$ 1.630,00.
O Sitraserp, sindicato que representa os servidores, considera a medida insuficiente e reivindica um reajuste maior, de R$ 1.850,00, além de correções em outros pontos do projeto. A discussão deve se intensificar em reunião convocada para a manhã desta quarta-feira (17), com presença do prefeito, vereadores e representantes da categoria.
Sindicato cobra mais abertura
A presidente do Sitraserp, Tânia Valeriano Chaves Leite, declarou ao Portal GRNEWS que mantém expectativas positivas para o encontro com o Executivo. Segundo ela, as propostas apresentadas pelo sindicato são viáveis e buscam valorizar a categoria sem comprometer as finanças municipais. Contudo, Tânia demonstrou frustração com a condução do Legislativo, em especial com a presidência da Câmara.
Ela lembrou que, desde o início das discussões, encaminhou requerimentos e ofícios solicitando espaço para apresentar as reivindicações, mas que não obteve o retorno esperado. “Entendi pelas próprias palavras do presidente que deveríamos negociar diretamente com o Executivo. Foi isso que fizemos. Nosso papel é representar o servidor, e precisamos que as portas estejam abertas para o diálogo”, afirmou:

Tânia Valeriano Chaves Leite
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Presidente reage às críticas
O presidente da Mesa Diretora, vereador Délio Alves Ferreira (PL), rebateu as declarações e defendeu sua postura à frente da Câmara. Ele afirmou que não se recusa a dialogar, mas destacou situações que considerou inadequadas, como a entrega de documentos em cima da hora e a divulgação de informações nas redes sociais sem comunicação prévia com a presidência.
“Respeito todos os servidores, mas não aceito pressão pessoal. Quem decide o aumento é o prefeito, e à Câmara cabe apenas votar a proposta. Se houver discordância sobre a legalidade, o caminho é a Justiça”, declarou Délio:

Délio Alves Ferreira
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Impasse pode se prolongar
Além do valor do reajuste, o sindicato cobra que o projeto seja desmembrado para evitar vícios de legalidade, o que poderia gerar problemas futuros e até ações judiciais. Caso não haja avanço na negociação, a entidade já sinalizou a possibilidade de novas assembleias e até paralisações.
Enquanto isso, os servidores seguem acompanhando o debate com apreensão. O impasse entre Câmara Municipal e sindicato expõe não apenas divergências políticas, mas também a dificuldade em conciliar a realidade financeira do município com a demanda por maior valorização profissional.
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