Fraldas geriátricas de qualidade inferior geram reclamações em Pará de Minas; secretário diz “cada caso é um caso” e explica como a prefeitura pode ajudar
Conforme publicado pelo Portal GRNEWS, a Secretaria Municipal de Saúde de Pará de Minas implementou uma mudança estratégica na distribuição de fraldas geriátricas, resultando em uma economia significativa para o município. No entanto, a medida tem gerado insatisfação entre as famílias que dependem do material, devido à qualidade considerada inferior e à quantidade insuficiente.
De acordo com secretário municipal de Saúde, Gilberto Denoziro Valadares da Silva, a reestruturação do serviço reduziu o gasto mensal de mais de R$ 110 mil para cerca de R$ 18 mil. De acordo com a prefeitura, antes da reformulação, não havia um controle rigoroso, o que levou a gastos que chegaram a R$ 400 mil em setembro do ano passado.
Reclamações e dificuldades da população
Apesar da economia, a nova política não agradou a todos. A filha de uma pessoa acamada, que não terá o nome divulgado publicamente, disse que as fraldas do programa Farmácia Popular são “muito finas e pequenas”, e demonstrou grande insatisfação com a mudança da estratégia da Secretaria Municipal de Saúde, no que se refere a distribuição de fraldas. Ela afirma que no caso da família dela, sempre foi muito difícil conseguir essas fraldas na gestão anterior, mas agora a situação piorou. Para ela esta estratégia da Saúde “é indiferente a quem sofre com a diminuição das fraldas”:
Filha de pessoa acamada
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Ela afirmou que, como a fralda é de qualidade inferior, é necessário usar pelo menos três de uma vez, mas o Programa Farmácia Popular do governo federal libera apenas quatro por dia, o que é insuficiente para atender aos idosos:
Filha de pessoa acamada
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Outra reclamante, que também não terá seu nome identificado publicamente, cuida do pai. Segundo ela, a fralda distribuída pela prefeitura na gestão passada era de “excelente qualidade”. também afirmou que, apesar de a fralda atual ser do mesmo fabricante da anterior, a linha é outra e “bem inferior”. Ela relatou que o tamanho é menor, o que a obriga a família a comprar rolos e rolos de esparadrapo para fixar a fralda no idoso. Inclusive ela encaminhou fotos dos pacotes de fraldas anterior e da atual, além de fotos das fraldas individuais de cada pacote demonstrando que o tamanho das ofertadas pelo programa Farmácia Popular é bem menor e muitas vezes não atende aos idosos, além de ser muito fina.

As duas reclamantes questionaram o fato de a economia estar sendo feita em um setor tão sensível como a saúde. Elas ressaltaram que, para a maioria das famílias, não há condições de arcar com os custos das fraldas de boa qualidade. A filha da paciente ainda destacou a falta de empatia, questionando “quem gosta de ficar acamado e de xixi porque não tem fralda para trocar”. A outra que cuida do pai, está pensando em alternativas para comprar fraldas de melhor qualidade para cuidar do pai, já que o custo dessas fraldas impacta muito o orçamento da família.

A cuidadora do pai também conta que em junho foi informada pelo setor responsável da prefeitura que ela teria direito as fraldas até setembro. Porém, em julho quando ela foi pegar as fraldas para o pai, foi surpreendida ao ser informada que a partir daquele mês não poderia pegar mais as fraldas geriátricas junto ao setor de dispensasão da prefeitura:
Cuidadora do pai
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Ela também falou da burocracia para obter as fraldas geriátricas através do Programa Farmácia Popular. Como o pai dela não assina mais, ela precisa de uma procuração e afirma que nem essa informação o setor de dispensação de fraldas da prefeitura repassa, deixando as pessoas com menos instrução, completamente perdidas:
Cuidadora do pai
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Secretário aponta soluções individuais
Ao ser informado dessas queixas, o secretário municipal de Saúde, Gilberto Denoziro Valadares da Silva, afirmou ao Portal GRNEWS que “cada caso é um caso” e que o programa atual resolve o problema da “grande maioria da população”. Ele também relembrou que, na gestão passada, houve um questionamento sobre as fraldas, inclusive com manifestação popular:
Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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O secretário municipal de Saúde Gilberto Denoziro Valadares da Silva defendeu o novo sistema e afirmou que, para casos específicos, a secretaria pode complementar a assistência. Ele reconheceu, que pode haver exceções, como pessoas que, devido a sua patologia ou tamanho, precisam de uma quantidade ou tipo de fralda diferente. Para esses casos, a orientação é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) do seu bairro para que uma equipe faça uma visita e um relatório. Se a necessidade for confirmada, a secretaria complementará com mais fraldas geriátricas para as famílias de acamados.
Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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O secretário finalizou dizendo que a prefeitura tem feito um controle para evitar absurdos, como no passado, quando uma pessoa devolveu “um caminhão cheio de fralda” depois que o paciente faleceu.
Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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Para otimizar os recursos, a secretaria fechou o antigo local de estocagem, centralizou o atendimento e passou a exigir laudo médico para a concessão. A distribuição agora é feita pelo programa Farmácia Popular, do governo federal, o que permite o rastreamento e evita o uso indevido do material. Ele também reafirmou que é preciso ter controle sobre essa distribuição de fraldas geriátricas
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