Goiás declara emergência por aumento de síndromes respiratórias graves

O governo de Goiás anunciou nesta segunda-feira (30) o estado de emergência em decorrência do crescente número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A decisão reflete uma situação preocupante, com a incidência de casos superando o limite esperado por sete semanas consecutivas. Até o momento, o estado registrou 6.743 casos de SRAG, com predominância de influenza, vírus sincicial respiratório e rinovírus, além de casos de covid-19.
Impacto na rede hospitalar
O aumento expressivo nos casos de SRAG gerou um impacto significativo na demanda por internações hospitalares. A taxa de ocupação de leitos clínicos e de unidades de terapia intensiva (UTI), tanto em hospitais públicos quanto em unidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), tem crescido consideravelmente.
A secretaria de saúde informou que o decreto de emergência é uma medida essencial para possibilitar a implantação imediata de novos leitos dedicados ao atendimento de pacientes com SRAG. Essa ação é crucial diante do aumento progressivo de solicitações de internação associadas a quadros respiratórios graves nos últimos meses.
Crescimento alarmante nas solicitações de internação
Comparando os períodos, o cenário é preocupante: de janeiro a junho de 2024, Goiás registrou 8.011 solicitações de internação por SRAG. No mesmo período de 2025, esse número saltou para 10.676 solicitações, representando um aumento de 33,27%. Em maio deste ano, por exemplo, foram 2.406 solicitações, em contraste com as 1.767 de maio de 2024.
Além da medida estadual, ao menos 24 municípios goianos já buscaram apoio do Ministério da Saúde para converter leitos de terapia intensiva para adultos, a fim de atender aos casos de SRAG. Os dados de 2025 mostram um pico de casos entre o final de abril e o início de junho, diferentemente dos 7.477 casos registrados em todo o ano de 2024.
Baixa cobertura vacinal e grupos de risco
A campanha de vacinação contra a gripe em Goiás, iniciada em 1º de abril e posteriormente aberta para toda a população a partir de 6 meses, ainda apresenta uma baixa adesão. A cobertura vacinal é de 38,96%, com pouco mais de 1,4 milhão de doses aplicadas.
A secretaria de saúde alerta que a baixa vacinação eleva o risco de grupos vulneráveis desenvolverem formas graves da doença, podendo sobrecarregar o sistema de saúde. A análise por faixa etária revela que a maior parte dos casos de SRAG ocorre em crianças menores de 2 anos, enquanto a maioria dos óbitos se concentra em idosos acima de 60 anos.
Dos 6.743 casos de SRAG contabilizados, 2.654 são em menores de 2 anos, 754 em crianças de 2 a 4 anos e 1.414 em maiores de 60 anos. Em relação aos 402 óbitos registrados, 256 são em pessoas acima de 60 anos e 40 em menores de 2 anos, evidenciando a vulnerabilidade desses grupos. Com informações da Agência Brasil