Atividade econômica brasileira registra retração de 0,2% em outubro
A economia do Brasil apresentou um sinal de recuo em outubro, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma contração de 0,2% em comparação com o mês de setembro, considerando os dados ajustados sazonalmente.
O IBC-Br é um termômetro da evolução da atividade econômica nacional, reunindo informações sobre o desempenho da indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
Crescimento modesto no acumulado e inflação sob controle
Apesar da queda mensal, o indicador mantém um ritmo positivo em períodos mais longos. Na comparação direta com outubro de 2024, houve uma variação positiva de 0,4%. No acumulado do ano, o índice é de 2,4%, e nos últimos 12 meses, registra alta de 2,5%.
O cenário de moderação no crescimento interno, sinalizado pelo IBC-Br, somou-se ao recuo da inflação para influenciar as recentes decisões do BC. Em novembro, a inflação medida pelo IPCA foi de 0,18%, ligeiramente acima dos 0,09% de outubro, impulsionada principalmente pela alta nas passagens aéreas. No acumulado de 12 meses, a inflação é de 4,46%, permanecendo dentro da margem da meta inflacionária (estabelecida entre 1,5% e 4,5%).
Selic mantida em 15% em meio à incerteza
Os indicadores de atividade e inflação são cruciais para o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC definir a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está fixada em 15% ao ano.
A Selic é o principal instrumento para controle da inflação. Juros altos encarecem o crédito e desestimulam a demanda, o que ajuda a reduzir a inflação, mas pode frear a economia. Juros baixos fazem o inverso, incentivando produção e consumo.
Na última reunião do ano, o Copom optou por manter a Selic nesse patamar pela quarta vez consecutiva, sem sinalizar quando começará a haver cortes. O BC justificou a cautela, mencionando que o cenário atual é marcado por grande incerteza e que a estratégia é manter a taxa alta por “bastante tempo”.
A taxa de 15% ao ano está no maior patamar desde julho de 2006 (quando era 15,25%). O ciclo de alta começou em setembro de 2024 e a taxa chegou ao nível atual na reunião de junho.
IBC-Br não é prévia do PIB
Embora o IBC-Br seja mensalmente divulgado e utilizado para auxiliar a estratégia da política monetária, o BC esclarece que o índice não é considerado uma prévia oficial do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, é o indicador oficial da economia brasileira, divulgado pelo IBGE, e utiliza uma metodologia distinta.
Em 2024, o PIB nacional encerrou com alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e representando a maior expansão desde 2021 (4,8%). No segundo trimestre deste ano, a economia cresceu 0,4%, puxada principalmente pelos setores de serviços e indústria. Com informações da Agência Brasil

