Dívida Pública Federal atinge novo recorde e ultrapassa R$ 7,9 trilhões

A Dívida Pública Federal (DPF) atingiu um novo patamar em julho, superando pela primeira vez a marca de R$ 7,9 trilhões. Segundo o Tesouro Nacional, o estoque da dívida cresceu 0,71% no mês, passando de R$ 7,883 trilhões em junho para R$ 7,939 trilhões. O principal fator para essa alta foi a incorporação de R$ 80,94 bilhões em juros, um processo em que o governo reconhece a correção dos juros sobre os títulos e adiciona o valor ao montante total da dívida.

Apesar do aumento, o valor ainda se mantém abaixo da projeção do Plano Anual de Financiamento (PAF), que estima que a DPF deve encerrar 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.

Mercado e composição da dívida
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), composta por títulos, subiu 0,66%, chegando a R$ 7,631 trilhões em julho. O Tesouro resgatou mais títulos do que emitiu no mês, principalmente os prefixados, mas o montante da dívida interna ainda assim cresceu por causa da apropriação dos juros.

A alta taxa de juros (Selic), atualmente em 15% ao ano, tem atraído o interesse dos investidores para os títulos a ela vinculados, o que fez com que a participação desses papéis na composição da DPF aumentasse de 48,16% para 49,25% no mês. Títulos prefixados caíram de 21,57% para 20,16%, enquanto os corrigidos pela inflação subiram ligeiramente de 26,45% para 26,72%.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) também cresceu, com uma alta de 1,96%, alcançando R$ 308,05 bilhões. A principal causa foi a valorização do dólar em 2,66%, impactada pelas tensões comerciais.

Colchão financeiro e investidores
O “colchão” da dívida pública, a reserva financeira do governo, diminuiu em julho, passando de R$ 1,03 trilhão para R$ 988 bilhões, principalmente devido ao alto volume de resgates de títulos. Atualmente, essa reserva é suficiente para cobrir 7,75 meses de vencimentos.

Em relação aos detentores da dívida interna, as instituições financeiras continuam com a maior fatia (31,26%), seguidas por fundos de pensão (23,49%) e fundos de investimentos (21,73%). A participação de estrangeiros (não residentes) teve uma pequena alta, de 9,84% para 9,86%, apesar das tensões no mercado.

O prazo médio da DPF subiu de 4,14 para 4,16 anos, um indicador que aponta maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos. Com informações da Agência Brasil

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