Um gestor escuta mais e fala menos, diz deputado federal sobre falas de Bolsonaro

As recentes falas sobre assuntos diversos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) rendem críticas e até mesmo assustam muita gente. Desde que assumiu o comando da República Federativa do Brasil, Bolsonaro responde o que lhe é perguntado e às vezes faz acusações sem ter provas sobre o que diz.

Recentemente indicou ter informações sobre a morte na ditadura militar do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) insinuando que não foi como todos pensam. Outra fala que rendeu críticas foi que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) teria participado da morte de um militar norte-americano durante a ditadura.

Sobre as queimadas na Floresta Amazônica declarou que os incêndios são causados pelas Organizações Não Governamentais (ONG’s) que atuam naquela região do Brasil, mas disse não ter como comprovar o que dizia.

Nos últimos dias outra insinuação chamou a atenção. Após Bolsonaro e o presidente da França Emmanuel Macron discutirem a respeito das queimadas na Amazônia, o brasileiro comentou em uma rede social uma imagem que dizia que Macron tem inveja de Bolsonaro por causa das esposas. O comentário se tornou notícia mundial e recebeu muitas críticas.

A situação se complica porque a França é considerada o nono país que mais exporta para o Brasil. Só em 2018, o Brasil comprou mais de R$16,3 bilhões de produtos franceses, sendo a maioria peças de aviões e helicópteros, fungicidas, vinhos, cremes de beleza e perfumes, e até vacina contra a poliomielite.

As “palavras ao vento” provocam abalos políticos e também no mercado financeiro. Em um dos casos o presidente sugeriu que poderia intervir na política de preços da Petrobras. A simples fala provocou reação imediata dos investidores fez com que a estatal perdesse algumas dezenas de milhões de reais em apenas algumas horas. As falas impensadas ou fora do contexto também criam um cenário de incertezas na economia, até porque a fala do presidente da República é muito relevante e reverbera imediatamente.

O deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB), que representa Pará de Minas no Congresso Nacional, acredita que o presidente ainda não entendeu seu papel e a Câmara dos Deputados tem, em muitos casos, que tentar apaziguar as crises causadas por Bolsonaro:


Eduardo Barbosa
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Defendeu ainda que é preciso tratar certos assuntos com zelo e seriedade para evitar problemas com outros países:

Eduardo Barbosa
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Países já pressionam para um boicote ao Brasil. Mais de 18 marcas internacionais como Kipling, Vans e Timberland cancelaram a compra de couro brasileiro por conta das notícias sobre as queimadas na Amazônia, que relacionam os incêndios ao agronegócio e à irresponsabilidade ambiental do governo. Isso refletirá diretamente na economia já que o país exporta mais de 80% da sua produção de couro chegando a gerar US$2 bilhões por ano.

O agronegócio também está preocupado quanto à exportação de carne e teme um boicote dos países europeus.

Para Eduardo Barbosa estas falas impulsivas do presidente podem causar muitos problemas financeiros ao Brasil:

Eduardo Barbosa
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Quanto ao acordo entre União Europeia e Mercosul, o presidente da França já adiantou que na atual situação não assinará o documento porque o governo brasileiro não tem cumprido com os acordos climáticos definidos no passado.

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