Fim do sonho: máquinas da Horizonte Têxtil são vendidas para empresas de vários estados e reativação descartada

A Horizonte Têxtil era conhecida no início dos anos 2000 como uma das maiores tecelagens do Brasil, mas a empresa fechou suas portas em Pará de Minas em março de 2016. A companhia pertencente ao grupo VDL, no mercado desde 1995, possuía na cidade uma unidade para fiação e tecelagem.

À época, entre os assuntos mais comentados que resultaram no fechamento da empresa, destaque para a forte concorrência asiática com produtos têxteis importados, principalmente da China, que invadiam o mercado brasileiro. Para piorar a crise econômica afetava o país.

Porém, havia a expectativa que a situação pudesse mudar. No dia 20 de junho de 2019 o Portal GRNEWS publicou que o prefeito Elias Diniz (PSD) tinha conversado com a diretoria da Horizonte Têxtil, que tem entre os membros o presidente do grupo Jayro Lessa, empresário e ex-deputado estadual.

O prefeito destacou uma visita ao parque industrial da empresa em 2018 quando viu de perto a estrutura do local com máquinas em bom estado de uso. Para Elias Diniz a conversa foi proveitosa e havia a intenção do grupo em reativar a fábrica, o que poderia movimentar o município gerando renda e emprego.

Entretanto, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Pará de Minas Neuler Ribeiro, também falou na ocasião que a possibilidade vinha sendo ventilada há tempos, mas preferia não encher de esperanças os trabalhadores têxteis. Pelo que ele tinha conhecimento, a reativação da Horizonte Têxtil não aconteceria, apesar da confiança do prefeito e da vontade do próprio sindicalista que isso ocorresse.

Neuler Ribeiro disse ainda ao Portal GRNEWS que o grupo havia modernizado o parque industrial em Pará de Minas, tendo adquirido equipamentos novos e era referência, porém a crise fez com que as portas fechassem.

Em 11 de abril de 2021, Júlio Morais, um dos diretores que estava á frente do projeto para tentar reativar a Horizonte Têxtil, disse ao Portal GRNEWS, que a possibilidade estava em aberto e até o nome deveria ser outro: Arizona Têxtil.

O empresário acrescentou que o processo de retomada continuava em estudos. Entretanto, a direção da Horizonte Têxtil preferia aguardar o fim da pandemia de Covid-19 para começar a funcionar novamente.

Destacou também que a Horizonte Têxtil era especialista na produção de jeans, que nunca sai de moda. O tecido é um dos mais comercializados e por isso a empresa sempre está entre as principais do Brasil.

Caso o processo tivesse sido concretizado com a reativação da Horizonte Têxtil em Pará de Minas a expectativa era gerar 400 empregos diretos e indiretos. Mas agora o sonho acabou.

A confirmação é do sindicalista Neuler Ribeiro, que falou sobre o assunto ao Portal GRNEWS nesta quinta-feira (25). Ele argumenta que uma empresa intermediou a venda de todas as máquinas da Horizonte Têxtil afastando de vez a possibilidade de reativação da empresa em Pará de Minas:

Neuler Ribeiro
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Neuler Ribeiro informa que restam poucas máquinas nas dependências do imóvel que abrigava a extinta Horizonte Têxtil e a empresa que comprou os equipamentos está revendendo os mesmos para vários estados brasileiros;

Neuler Ribeiro
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O sindicalista afirma que foi um golpe muito duro para os trabalhadores do setor, já que muitos ex-funcionários sonhavam com a reativação da Horizonte Têxtil para que pudessem voltar a trabalhar na empresa:

Neuler Ribeiro
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Questionado sobre o cenário geral do setor têxtil em Pará de Minas, Neuler Ribeiro revela números de demissões e muita preocupação, principalmente se considerar que no Hino de Pará de Minas consta que esta era a terra dos teares e dos sinos. Mas, a situação mudou muito na cidade:

Neuler Ribeiro
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Quando fechou as portas em Pará de Minas no ano de 2016, a Horizonte Têxtil tinha capacidade produtiva de tecelagem de 24 milhões de metros lineares por ano. Os produtos eram comercializados no Brasil, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Chile, México e Argentina.