Águas de Pará de Minas cobra ações imediatas da Vale para garantir o abastecimento durante o período de estiagem

A concessionária Águas de Pará de Minas, uma das empresas que compõem o Grupo Águas do Brasil, assumiu o serviço de água e esgoto em Pará de Minas em um momento crise hídrica aguda em 17 de abril de 2015.

Nos dois anos anteriores, 2013 e 2014, os paraminenses foram submetidos a um racionamento quase constante de água imposto pela Copasa que operou no município por mais de 35 anos e não investiu o suficiente para garantir o abastecimento de água para a população.

A estatal foi embora e a Águas de Pará de Minas assumiu sem contar sequer com o mapa da rede de água e esgoto. Á época, a equipe da nova concessionária demorava mais tempo para saber onde estava um registro para desligá-lo, do que para realizar obras de manutenção para conter um vazamento.

Esses problemas foram superados rapidamente e a Águas de Pará de Minas investiu mais de R$ 40 milhões para construir em tempo recorde uma nova adutora para captar água no distrito de Córrego do Barro e abastecer o município. No dia 6 de outubro de 2015 a água bruta do Rio Paraopeba jorrava na Estação de Tratamento de Água (ETA) no bairro Nossa Senhora das Graças.

A notícia trouxe alívio para o povo paraminense que não aguentava mais sofrer em razão da falta d’água. Muitos compravam pratos, copos e talheres descartáveis porque não tinham água para lavar os utensílios domésticos. Outros tiveram que fazer necessidades fisiológicas em sacolas distribuídas por supermercados e jogavam os dejetos no primeiro terreno baldio que avistavam. Não tinha água, nem suja, para dar descarga.

Os investimentos feitos pela Águas de Pará de Minas afastaram o fantasma do racionamento de água, até que a tragédia da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, jogasse tudo por isso por terra.

Na noite de 29 de janeiro, a concessionária suspendeu a captação de água no Rio Paraopeba. Dois dias depois, na manhã de 31 de janeiro, o Governo de Minas Gerais emitiu nota oficial atestando a contaminação do Rio Paraopeba, ao afirmar que a água oferece riscos para a saúde humana e animal.

Desde então o município vem sendo abastecido pelo Ribeirão Paciência, Córrego dos Paivas e poços artesianos. Mas já se sabe que eles, reforçados por carros-pipa, não são suficientes para abastecer Pará de Minas no período de estiagem.

Mesmo ameaçada de ficar sem água, a população teme por sua saúde e não quer saber de voltar a consumir novamente a água do Rio Paraopeba. Os paraminenses perderam a confiança naquele manancial.

O prefeito Elias Diniz (PSD) já disse que Pará de Minas precisa de uma nova adutora para captar água e abastecer a população. Disse ainda que essa obra poderia ser custeada pela Vale, inclusive usando o dinheiro da mineradora que está bloqueado pela Justiça. A nova adutora seria para captar água no Rio Pará, que ele considera a alternativa mais viável.

Durante pronunciamento na Câmara dos Deputados na quarta-feira, 13 de fevereiro, Elias Diniz afirmou que os mananciais não devem suportar a demanda a partir de abril.

Nesta sexta-feira, 15 de fevereiro, o prefeito participou da reunião do Comitê de Gestão e Avaliação de Resposta ao Desastre em Pará de Minas. e disse que está sendo cogitada por técnicos da Vale a possibilidade de captar água no Ribeirão dos Moreiras, para abastecer o município provisoriamente. Tambpem disse que a concessionária que opera o serviço é quem deve se pronunciar sobre essa viabilidade.

O superintendente da Águas de Pará de Minas Thiago Contage Damaceno disse que todos os cenários serão avaliados para garantir o abastecimento da população paraminense com água de qualidade, condição que a empresa liderada por ele não abre mão:

Thiago Contage Damaceno
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Questionado sobre a atuação da Vale para resolução de todos esses problemas criados pela mineradora, Thiago Contage Damaceno respondeu que entende o momento de crise, mas a Águas de Pará de Minas precisa abastecer a cidade e cobra ações imediatas da mineradora para construir uma nova adutora, se for o caso:

Thiago Contage Damaceno
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O superintendente da Águas de Pará de Minas Thiago Contage Damaceno ao reafirmar que o abastecimento está normal no município. Assim, ninguém precisa armazenar água nos quintais de casa contribuindo para aumentar os focos do mosquito transmissor da Dengue.

Para demonstrar que a situação é tranquila, por enquanto, ele cita que os caminhões-pipa disponibilizados pela Vale estão parados no pátio da empresa, porque não é necessário usá-los no momento.

Apesar desse cenário, reitera que a população paraminense precisa colaborar nesse momento e não desperdiçar água.

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