Minas Gerais investe R$ 17 milhões na criação de Centro de Excelência para o Café de Montanha
A cafeicultura mineira, um dos pilares da economia do estado e responsável por quase 75% das exportações brasileiras do produto, está prestes a ganhar um reforço estratégico. O Governo de Minas anunciou a criação do Centro de Excelência em Cafeicultura de Montanha, um projeto que visa impulsionar o desenvolvimento sustentável, aprimorar a qualidade do café e fortalecer a economia regional.
Investimento e foco em pesquisa
O projeto receberá um aporte de cerca de R$ 17 milhões para sua estruturação. A iniciativa é coordenada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG).
O anúncio foi realizado no Instituto de Laticínios Cândido Tostes, unidade da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Juiz de Fora. O diretor da Fapemig, Luiz Gustavo Cançado, destacou que o Centro é um resultado do esforço da fundação em fomentar as grandes competências do estado, principalmente aquelas com relevância econômica e caráter aplicado. A expectativa é que o investimento impulsione a produção de Minas, um dos maiores exportadores de café do mundo.
Cafeicultura de montanha e agregação de valor
O Centro de Excelência será sediado em Lavras, no Sul de Minas, uma região onde a Epamig já possui campos experimentais dedicados à pesquisa, ao desenvolvimento de cultivares, ao melhoramento genético e à validação de tecnologias para o café. A coordenação ficará a cargo de Marcelo Ribeiro Malta, pesquisador da Epamig.
O foco do projeto, o “café de montanha”, é cultivado em terrenos de maior altitude e clima mais ameno, o que lhe confere características únicas de terroir. O diretor de Pesquisa da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, salientou que há muito a ser explorado nesse nicho, considerando que grande parte do estado possui o cultivo nessas condições.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa, afirmou que o café é o segundo produto mais exportado por Minas, e o Centro “vem coroar a nossa cafeicultura e vai permitir um avanço crucial na agregação de valor da nossa produção”.
O projeto prevê a realização de estudos abrangentes ao longo de cinco anos e a colaboração com equipes de outras instituições de ensino e pesquisa, como as universidades federais de Lavras e Viçosa.
Setor em crescimento e investimentos
Minas Gerais conta com cerca de 150 mil produtores de café e a projeção para a safra de 2025 é de uma produção de 25,3 milhões de sacas. As exportações do produto se mantiveram em alta em 2025, registrando até outubro o montante de US$ 8,8 bilhões, um acréscimo de 44,6% em relação ao ano anterior.
O crescimento do setor é acompanhado por investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Desde 2019, o Governo de Minas já destinou cerca de R$ 16,9 milhões em projetos voltados para a cadeia produtiva do café por meio de editais como Compete Minas e Alysson Paolinelli.
No mesmo período, o estado atraiu mais de R$ 1,8 bilhão em investimentos privados no setor cafeeiro, o que gerou mais de 2 mil empregos diretos, concentrados principalmente nas regiões Norte e Sudoeste de Minas. Com informações da Agência Minas


