China anuncia investimento de US$ 27 bilhões no Brasil com foco em infraestrutura, energia e educação

Durante viagem oficial a Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (12), que a China irá ampliar seus investimentos no Brasil em mais de US$ 27 bilhões. O anúncio foi feito durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, realizado na capital chinesa. Segundo o presidente, os recursos serão destinados principalmente a setores estratégicos, como infraestrutura, energia renovável, educação e tecnologia.

O fórum contou com a participação de autoridades e empresários brasileiros e chineses. Segundo a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o volume de comércio entre os dois países gira em torno de US$ 160 bilhões, e as recentes negociações sinalizam a expansão das relações bilaterais.

Tecnologia e energia verde ganham protagonismo
Entre os acordos assinados, destacam-se o investimento de US$ 1 bilhão na produção de combustível sustentável de aviação (SAF), feito a partir da cana-de-açúcar, e a criação de centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) voltados para energia solar, eólica e baterias elétricas. O presidente citou a parceria entre o Senai Cimatec e a empresa chinesa Windey, que deve fortalecer o setor de energia limpa no Brasil.

Outro destaque é a instalação de um centro de P&D em inteligência artificial por meio da parceria entre a estatal brasileira Dataprev e a Huawei. Esse centro desenvolverá aplicações em áreas como agricultura, saúde, segurança e mobilidade urbana.

Educação como base para avanço tecnológico
Lula enfatizou que os avanços em inovação exigem investimentos sólidos na formação de profissionais qualificados. Segundo ele, para que o Brasil se torne competitivo em setores de alta tecnologia, como veículos elétricos e inteligência artificial, é essencial fortalecer a educação em engenharia, matemática e ciências.

“O Brasil precisa ir além da exportação de commodities. Temos que transformar conhecimento em produto e valor agregado, como os chineses fizeram ao formar milhões de engenheiros”, disse Lula.

Infraestrutura e integração continental
No campo da logística, o presidente mencionou o Corredor Ferroviário Leste-Oeste, que integrará o Brasil de forma mais eficiente. Além disso, ressaltou o potencial transformador das rotas bioceânicas, que pretendem ligar os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de cinco corredores intercontinentais. Essas rotas devem reduzir em até 10 mil quilômetros a distância entre o Brasil e a China, facilitando o fluxo comercial.

Saúde e conectividade também entram na pauta
Na área da saúde, foram firmados oito acordos que envolvem transferência de tecnologia para produção de medicamentos, vacinas e insumos farmacêuticos. Já no campo das comunicações, a parceria entre a Telebras e a chinesa Spacesail promete ampliar a oferta de satélites de baixa órbita, levando internet a regiões remotas do país.

Relação estratégica diante de cenário global
Lula afirmou que a parceria com a China vai além da economia: é uma resposta estratégica diante do aumento do protecionismo em outras partes do mundo, como nos Estados Unidos. “Queremos mais integração, menos barreiras e mais oportunidades. O Brasil será o quintal do Brasil, soberano e livre para decidir seus rumos”, declarou, em alusão a críticas feitas por autoridades norte-americanas à crescente influência chinesa na América Latina. Com informações da Agência Brasil

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