Especialista explica por que a maior parte do 13º salário acaba antes do Natal
Novembro é um mês de alívio financeiro para milhões de trabalhadores formais, com o início dos pagamentos do décimo terceiro salário. No entanto, para uma parcela significativa dos brasileiros, esse dinheiro extra não se converte em segurança, e muitas vezes se esvai rapidamente, desaparecendo antes mesmo das festas de fim de ano.
Uma pesquisa recente, divulgada em novembro, acende o alerta: 43% dos brasileiros não possuem qualquer reserva financeira. Além disso, 84% tiveram de lidar com alguma emergência no último ano, seja com atrasos de contas, necessidade de empréstimos ou uso de crédito.
O problema é agravado pelo fato de que metade da população não tem uma noção exata de seus gastos mensais. Essa falta de controle é o que, segundo especialistas, explica por que o 13º salário — que deveria ser um reforço orçamentário — muitas vezes não sobrevive à virada do ano.
O erro de tratar o décimo terceiro como “bônus”
Para Breno Nogueira, especialista em finanças pessoais, o erro mais frequente é a percepção equivocada de que o décimo terceiro é um dinheiro “extra”, desvinculado da renda total. “A maior parte das pessoas gasta o décimo terceiro como se fosse um bônus, não parte da renda. Só que o começo do ano traz despesas pesadas, como IPVA, material escolar e seguros. Quando o salário de dezembro é consumido no Natal, janeiro já começa no vermelho”, adverte Nogueira.
O educador financeiro propõe uma mudança radical na maneira de planejar: em vez de organizar o orçamento por categorias genéricas (como transporte, alimentação ou lazer), o segredo para fazer o dinheiro render é calcular o gasto diário máximo permitido. Este cálculo deve incluir todas as receitas do período, inclusive o 13º.
“Esse método é simples e dá previsibilidade. Quando a pessoa sabe quanto pode gastar hoje, maiores as chances dela tomar decisões no dia a dia, logo, a chance de fazer sobrar dinheiro é maior caso ela cumpra a meta de gastos por dia. É a partir dessa ‘sobra’ que se constrói uma reserva”, explica Breno.
Prioridade nas dívidas de alto juro
Com a Confederação Nacional do Comércio (CNC) apontando que 78% das famílias brasileiras estão endividadas, e o cartão de crédito como principal fator de complicação, Breno Nogueira reforça que a prioridade número um para o uso do 13º deve ser a eliminação das dívidas com juros mais altos. “Quitar o rotativo ou o cheque especial é o investimento mais rentável que existe”, resume o especialista.
Breno Nogueira conclui que o décimo terceiro pode ser o ponto de partida para quem deseja começar 2026 com as finanças sob controle. “Planejar não é restringir, é escolher melhor. O dinheiro do 13º pode sim trazer conforto, desde que seja usado com consciência e dentro de uma estratégia”, finaliza. Com informações da Assessoria de Comunicação de Breno Nogueira

