Pandemia de Covid-19 completa três anos. Secretário relembra incertezas, desafios, fake News, vacina e guarda lições para Pará de Minas
No dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente a pandemia de Covid-19 em todo o mundo. A data fatídica completa três anos neste sábado e a declaração de pandemia ainda está em vigor.
A data é simbólica e provoca reflexões. Pouco depois do anúncio da OMS, a maioria dos municípios brasileiros fechou todos os serviços não essenciais, assim como já vinha ocorrendo em outros países.
Conforme publicado pelo Portal GRNEWS, em Pará de Minas não foi diferente. O comércio considerado não essencial foi fechado em um momento de incertezas. Até então ninguém sabia por quanto tempo as portas ficariam fechadas.
Foi criado um comitê para gerenciar a crise causada pela pandemia de Covid-19 e tomar decisões, como a reabertura gradual as atividades comerciais. Alguns setores permaneceram fechados por muito tempo. Posteriormente, veio um protocolo do Governo de Minas Gerais que o município passou a seguir.
Pará de Minas também seguiu a tendência de outras cidades com registros de casos confirmados e mortes causadas pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, a Covid-19 já matou mais de 300 pessoas no município que acumula milhares de casos confirmados.
Até que a vacinação avançasse e com o surgimento de novas variantes do novo coronavírus a situação se agravou novamente no primeiro semestre de 2021, quando o Governo de MG decretou a Onda Roxa que “coloriu” todo o mapa do estado por um bom tempo. Depois os casos graves e mortes foram reduzindo com o avanço da vacinação.
A pandemia de Covid-19 ainda vigora oficialmente, mas felizmente a situação está bem mais tranquila, sem registros de número excessivo de mortes todos os dias e redução dos casos confirmados. Pará de Minas também já está aplicando as doses da vacina bivalente contra as cepas do novo coronavírus, inclusive protegendo da variante Ômicron.
Às vésperas de completar três anos da pandemia de Covid-19, a reportagem do Portal GRNEWS conversou nesta sexta-feira (10), com o secretário municipal de Saúde, Wagner Magesty sobre o período de pandemia em Pará de Minas sobre as lições que a doença deixou para a população e para os agentes públicos.
Ele começa falando da declaração de pandemia mundial pela OMS, das incertezas e destacando que o prefeito Elias Diniz (PSD) deu total apoio desde o primeiro momento para que fossem tomadas as medidas necessárias para proteger a população paraminense do novo coronavírus:
Wagner Magesty
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Ele recorda que uma das primeiras medidas foi desmobilizar o espaço para pessoas que necessitavam de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), que funcionava no prédio que abriga atualmente o Hospital Municipal Padre Libério (HMPL). No local foi criado um centro de atendimento para pacientes com suspeita de Covid-19.
Posteriormente, muitos ficaram por lá em observação e sendo muito bem cuidados enquanto aguardavam vagas no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) ou em outros hospitais.
Esse fato comprovou que esta decisão foi importante e contribuiu para salvar muitas vidas durante a pandemia. Inclusive municípios da microrregião que não quiseram ajudar em nada no primeiro momento por entenderem, como ouviram que se tratava de uma “gripezinha”, também tiveram seus pacientes acolhidos e atendidos no HMPL:
Wagner Magesty
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Ele lembra que a pandemia causou sérios impactos na sociedade paraminense com fechamento do comércio não essencial e para elaborar as estratégias foi criado um comitê municipal multissetorial para tomar as decisões relativas aos protocolos da Covid-19 em Pará de Minas:
Wagner Magesty
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O secretário também falou ao Portal GRNEWS que em meio a tantas dificuldades existentes e difíceis de serem solucionadas, em determinados momentos deste processo pandêmico, ainda surgiram variantes do novo coronavírus para piorar ainda mais o cenário que já era pra lá de preocupante. Mas, ressalta que nunca faltou atendimento ao cidadão paraminense e neste contexto ele chama a atenção para a importância do Sistema Único de Saúde (SUS):
Wagner Magesty
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Recorda que quando surgiu a vacina foi um grande acontecimento, mas em pouco tempo as preocupações começaram com tantas fake news sobre a eficácia do imunizante contra a Covid-19, que depois se mostrou eficiente com a redução dos casos confirmados, casos graves, internações e morte causadas pelo novo coronavírus:
Wagner Magesty
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Ao relembrar o cenário de isolamento social e de tanta dificuldade para salvar vidas, Wagner Magesty, faz questão de enaltecer e agradecer ao empenho de todos os profissionais de saúde, principalmente os da equipe da Secretaria Municipal de Saúde e tantos outros que atuam em Pará de Minas.
O agradecimento é extensivo aos membros do comitê municipal que cuidou das ações relacionadas aos protocolos e restrições impostos pela pandemia de Covid-19:
Wagner Magesty
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Entre as lições deixadas pela pandemia de Covid-19, o secretário municipal de Saúde, Wagner Magesty, salienta a importância do SUS que deu respostas rápidas no auge da crise e que muitas estruturas ficaram para atender a população com o arrefecimento dos casos de Covid-19.
Cita como exemplo o aumento do número de leitos no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Nossa Senhora da Conceição em Pará de Minas, que hoje atendem pacientes com outras doenças sem a necessidade de transferências para outras cidades, como ocorria em muitos casos antes da pandemia devido a falta de leitos no CTI:
Wagner Magesty
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Outro ganho foi o Hospital Municipal Padre Libério que foi transformado em um centro de atendimento pediátrico, garantindo um espaço para as crianças, que antes eram atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) em meio aos adultos.
Antes, porém, o Hospital Municipal padre Libério serviu para socorrer paraminenses e muitos pacientes daqueles municípios, cujos gestores chamaram os de Pará de Minas de loucos, quando falaram em montar um centro de atendimento para pacientes com Covid-19. Estes, repetiam o que ouviam, ou seja, que a Covid-19 era somente uma “gripezinha”:
Wagner Magesty
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O secretário destaca outra conquista para a população paraminense que utiliza os serviços do SUS: a implantação do Ambulatório Municipal de Fisioterapia Dona Vânia Maria de Faria, ex-primeira-dama de Pará de Minas, que foi uma das primeiras vítimas da Covid-19 no município.
Inicialmente o ambulatório que funciona nas dependências da Associação dos Diabéticos de Pará de Minas (ASSODIPAM) atendia somente os pacientes com sequelas da Covid-19 e com grande êxito.
Hoje, atende com qualidade pessoas que necessitam dos mais diversos cuidados e será ampliado em breve. Cita também que a rede de Atenção Psicossocial também foi reforçada devido os impactos mentais causados pela pandemia nas pessoas:
Wagner Magesty
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Wagner Magesty finaliza dizendo que a pandemia de Covid-19 gerou um cenário de muitas dificuldades, mas também de muito aprendizado, e que a sociedade possa compreender isso em um contexto de muita resiliência, mas sabendo que ainda é preciso manter vigilância porque a pandemia ainda não acabou.
Wagner Magesty
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Em Pará de Minas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o novo coronavírus causou a morte de 307 pessoas e foram mais de 16 mil casos confirmados da doença. A pasta também alerta para que todos procurem as unidades básicas de saúde e coloquem em dia as doses da vacina contra a Covid-19.
De acordo com informações do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, em média, 50 pessoas ainda perdem a vida todos os dias no Brasil para a Covid-19. O país totaliza quase 700 mil óbitos causados pela doença desde o início da pandemia de Covid-19.
Em todo o mundo o novo coronavírus já infectou mais de 670 milhões de pessoas e causou a morte de aproximadamente 6,8 milhões de pessoas em números oficiais. Mas a própria OMS já declarou que estimativas indicam que os casos e mortes causados pela Covid-19 pode ser o triplo do anunciado pelos governos mundo afora.
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