Motoristas de aplicativos e taxistas não se entendem. Impasse sobre tempo de uso dos veículos e fiscalização domina discussão em Pará de Minas

O tema do transporte de passageiros por aplicativo voltou à pauta da Câmara Municipal de Pará de Minas na tarde desta terça-feira, 8 de abril. Em sessão ordinária, o plenário abriu espaço para mais um capítulo da discussão sobre a regulamentação da atividade, que já movimenta centenas de profissionais na cidade. O motorista de aplicativo Willian Pereira Alexandre defendeu na tribuna a ampliação da idade máxima dos veículos utilizados no serviço — de 10 para 15 anos. Em contraponto, o taxista Hueslen de Freitas fez uso da palavra para apresentar o posicionamento da categoria dos taxistas, defendendo o equilíbrio entre os modais e a aplicação de regras justas e eficazes.
“Mais carros antigos nas ruas não significa mais qualidade”, diz taxista
Hueslen de Freitas argumentou que o aumento do tempo permitido para circulação de veículos por aplicativo poderá resultar em maior número de carros nas ruas e, consequentemente, maior desgaste da frota.
Para ele, não se trata de barrar o crescimento dos aplicativos, mas de garantir que todos — táxis, mototáxis e veículos de aplicativo — cumpram regras semelhantes:
Hueslen de Freitas
Uso de plataformas alternativas, como WhatsApp, preocupa pela segurança
Outro ponto levantado por Hueslen foi a menção, na legislação municipal, a “outras plataformas” além dos aplicativos oficiais. Ele considera esse trecho da lei preocupante, pois abre brechas para que corridas sejam solicitadas por meios não regulamentados, como o WhatsApp, o que dificulta a fiscalização e aumenta os riscos:
Hueslen de Freitas
Taxistas defendem limite de veículos com base na população da cidade
Hueslen de Freitas também propôs a criação de um limite para o número de veículos de aplicativo, assim como já ocorre com táxis e mototáxis. Ele acrescentou que muitos motoristas atuam no aplicativo como uma segunda fonte de renda, o que, em sua visão, sobrecarrega a cidade nos horários de pico:
Hueslen de Freitas
Legislação já existe em cidades vizinhas, diz representante da categoria
Contestando a afirmação de que outras cidades, como Itaúna, não têm leis específicas, Hueslen de Freitas levou à Câmara cópia da legislação em vigor naquele município, além de uma ata da associação local de taxistas. Segundo ele, a lei em Itaúna também impõe limite de 10 anos para uso dos veículos e a cidade registra cerca de 400 motoristas por aplicativo trabalhando de forma irregular, muitos deles de Pará de Minas:
Hueslen de Freitas
Nova geração de taxistas se une por melhorias no setor
Questionado sobre a união da categoria, Hueslen de Freitas reconheceu que os taxistas já foram mais desorganizados, mas afirmou que isso está mudando:
Hueslen de Freitas
Sem solução, por enquanto
A Discussão segue sem consenso, mas revela necessidade urgente de atualização na legislação municipal
O debate desta terça-feira reforça a urgência da Prefeitura e da Câmara revisarem as regras que regulamentam o transporte por aplicativo na cidade. A busca por um equilíbrio entre motoristas de aplicativo, taxistas e mototáxis, com foco na qualidade do serviço, segurança e justiça fiscal, deve seguir como tema central das próximas reuniões legislativas.
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