BNDES impulsiona proteção marinha com R$ 43 milhões para ilhas oceânicas e recifes

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta semana um robusto investimento de R$ 40 milhões destinado à conservação da biodiversidade em ilhas oceânicas brasileiras. Essa iniciativa faz parte do ambicioso programa BNDES Azul, focado na saúde dos oceanos.
A linha de crédito, batizada de BNDES Biodiversidade – Ilhas do Futuro, Ninhos Protegidos, tem como objetivo selecionar projetos que se dediquem à recuperação e proteção de habitats vitais para a reprodução de aves marinhas e migratórias em ilhas oceânicas. A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, explicou que um dos focos do projeto é o combate a espécies invasoras, como roedores, que ameaçam os ninhos das aves nessas regiões.
“O Brasil possui um patrimônio natural inestimável em suas ilhas, que, por diversos fatores, estão sob risco e ameaça atualmente. Algumas das espécies de aves que habitam essas ilhas são vulneráveis e estão em perigo”, destacou Campello.
Instituições sem fins lucrativos podem se candidatar a este edital, apresentando propostas com valor mínimo de R$ 5 milhões. O BNDES poderá financiar até 50% de cada projeto aprovado.
Além disso, o banco expandiu em R$ 43 milhões a linha de crédito BNDES Corais, voltada para a recuperação de recifes em diversas partes do país. Entre as instituições já selecionadas para receber esses recursos estão WWF, Funbio, Fundação José Bonifácio, RedeMar, Projeto de Conservação Recifal e AEPTEC-BA. Na fase inicial do BNDES Corais, já haviam sido liberados R$ 45 milhões.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, ressaltou a importância dos recifes: “Esse é o ecossistema mais ameaçado nos oceanos e é vital para toda a vida marinha, para a piscicultura, para o desenvolvimento da biodiversidade dos oceanos. Então, nós estamos buscando melhorar a qualidade da água nas bacias que alimentam os corais, combater a pesca predatória, gerar renda alternativa para essas comunidades, ordenar o turismo comunitário”.
Mapeamento Espacial Marítimo Avança na Costa Brasileira
Ainda nesta semana, o BNDES assinou um contrato de R$ 12 milhões para a execução de estudos do Planejamento Espacial Marítimo (PEM) da costa sudeste, abrangendo os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
O objetivo dos PEMs é mapear todo o litoral brasileiro, um compromisso assumido pelo Brasil na Conferência da ONU para os Oceanos em 2017. A meta governamental é concluir o mapeamento de todas as regiões até 2030, consolidando o PEM como uma política pública nacional.
“Os países têm obrigação de mapear e fazer esse planejamento do território. Para entender o que você tem nesse território marinho, fazer todo esse processo de mapeamento com investigação e com base na ciência para identificar o que você tem de riqueza, quais são os minerais, quais são os potenciais que esses territórios têm e quais são os riscos que eles correm”, explicou Tereza Campello.
Estudos de PEM já estão em andamento nas regiões Sul (litorais dos três estados) e Nordeste (toda a costa da Bahia ao Piauí, incluindo Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo).
Recentemente, o BNDES também anunciou o consórcio responsável pelo PEM da costa norte, que se estende do Maranhão ao Amapá. Esta região apresenta um vasto potencial para a produção de petróleo, o que gera preocupação entre ambientalistas quanto aos possíveis riscos para a vida selvagem local.
“Rigorosamente, a gente teria que fazer isso independentemente de qualquer debate com relação à margem equatorial e qualquer exploração, como nós estamos fazendo no sul, por exemplo, do país, que já está bem adiantado. Isso é uma obrigação que o Brasil tem frente aos organismos internacionais”, concluiu Tereza. Com informações da Agência Brasil