Automedicação pode dificultar diagnóstico e traz riscos à saúde, afirma farmacêutico

Uma dor de cabeça que incomoda, o resfriado junto com uma congestão nasal, uma tosse que não para. Estes sintomas podem ser reflexo de várias doenças, mas 77% dos brasileiros acredita que aquele remedinho que tomou há algum tempo também servirá pro amigo ou pro familiar.

A automedicação pode matar. É o que dizem as entidades ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) após um relatório divulgado em abril deste ano.  A estimativa é que até 2030, 24 milhões de pessoas tenham resistência antimicrobiana.

Já no Brasil, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 40% e 60% das doenças infecciosas já são resistentes a medicamentos. Atualmente, pelo menos 700 mil pessoas morrem anualmente por causa das doenças resistentes a remédios.

A automedicação se tornou um habito comum entre os brasileiros, mas a longo prazo isso se torna um problema. Quem também faz o alerta é o farmacêutico e proprietário da Droga Rede 24 horas Paulo Roberto Braga de Oliveira:

Paulo Roberto Braga de Oliveira
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Quanto a receitar medicamento pro familiar ou amigo, também pode causar problemas. É que o sintoma pode ser o mesmo, mas a causa, diferente.

Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), os medicamentos mais utilizados nos últimos seis meses pelos brasileiros são analgésicos, antibióticos e relaxantes musculares, sendo que apenas para um é necessário ter a receita, os outros basta chegar na farmácia e comprar.

Paulo Roberto Braga faz mais uma vez um alerta à toda a população:

Paulo Roberto Braga de Oliveira
paulorobertoautom2

O uso indiscriminado dos medicamentos ocorre a longo e médio prazos, e muitas vezes o paciente apenas vai a farmácia e compra o remédio sem saber o que realmente tem.

Analgésicos por exemplo, não curam enxaqueca e podem até piorar o quadro. Antitérmicos podem mascarar uma infecção; anti-inflamatórios sobrecarregam os rins; antiácidos e remédios para dor de estômago, muito comuns, podem encobrir algo mais grave como úlcera e gastrite; e uma pneumonia não se cura com um xarope.

Por isso é importante procurar um farmacêutico ou médico para avaliar todos os sintomas.

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