Obras malfeitas não duram nada e causam prejuízos ao município de Pará de Minas, diz vereador
A qualidade do serviço prestado por determinadas empresas que sempre participam das licitações públicas para realizar obras no município de Pará de Minas sempre foi questionada.
Para muitos a situação piorou com a implantação do pregão presencial. Esses críticos argumentam que nem sempre o menor preço é o melhor para o município. Dizem que para cumprir a legislação, as administrações estão comprando quantidade, e não qualidade.
O resultado desse processo pode ser notado em obras mal executadas que não duram nada. Com isso a administração municipal é obrigada a abrir nova licitação para realizar o mesmo serviço que foi feito recentemente, em muitos casos.
É preciso tomar medidas cabíveis para que os cofres públicos sejam resguardados, impondo um prazo maior de garantia das obras. Desta forma, em caso de problemas a empresa que executou o projeto ficaria responsável por reparar os danos sem ônus para o município.
Mas esta é apenas uma hipótese defendida por muitos, que não retrata a realidade. Alguns exemplos recentes deixam claro que faltou mais qualidade em alguns serviços. Em todos os casos o argumento apresentado para justificar os danos em obras recentes foi à quantidade de água das chuvas, isentando as empresa.
Como exemplo, no dia da inauguração da Praça da Bíblia no Bairro Recanto da Lagoa, no ano passado, caiu uma chuva e o espaço público foi totalmente alagado deixando claro que o projeto de drenagem no local não foi feito ou foi mal executado. Faltou fiscalização.
Em outro ponto da cidade, abriu-se uma cratera em uma das ruas do Residencial Cecília Meireles. No primeiro momento a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura disse que o reparo seria de responsabilidade da empreiteira que construiu aquele condomínio do Minha Casa, Minha Vida. Depois, o vice-prefeito José Porfírio de Oliveira Filho declarou que o reparo seria feito pelo município.
Na administração do ex-prefeito Antônio Júlio de Faria (MDB) foi realizada uma obra cara no córrego Água Limpa, na Rua Cardeal Hugolino, Bairro São Francisco, que também não durou nada e terá que ser refeita.
Na gestão do prefeito Elias Diniz (PSD) também foi feita em 2017 uma obra sobre o córrego Água Limpa, na Rua Dr. Celso Charuri, Bairro Senador Valadares. Esta também já está em risco de acordo com o vereador José Salvador Moreira, que preside a Comissão de Obras Públicas e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Pará de Minas.
Nesses dois últimos casos, a justificativa apontada foi o temporal que caiu na cidade na tarde do dia 27 de dezembro de 2018, causando alagamentos em vários pontos e tantos outros transtornos. A mesma chuva danificou ainda mais a rua do Residencial Cecília Meireles que já estava com a cratera aberta.
Diante de tantos problemas em obras recentes o vereador José Salvador Moreira resolveu visitar os locais danificados em várias regiões da cidade. Além do problema na Rua Cardeal Hugolino, ele cita outros pontos que precisam de obras urgentes para evitar complicações, como a Rua Dr. Celso Charuri, no Senador Valadares:
José Salvador Moreira
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O vereador também é construtor. Ele argumenta que a força das águas tem impacto na causa desses problemas. Mas, em sua opinião na maioria das vezes os problemas ocorrem porque o serviço é malfeito pelas empreiteiras contatadas pela prefeitura de Pará de Minas:
José Salvador Moreira
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Os casos estão se tornando tão rotineiros e preocupantes, na avaliação do presidente Comissão de Obras Públicas e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Pará de Minas, que José Salvador Moreira passou a fiscalizar até o trabalho feito em loteamentos particulares.
O vereador afirma que nestes empreendimentos está fiscalizando até a espessura da camada de massa asfáltica aplicada. Diz que em muitos casos os executores da obra não aplicam cerca de dois centímetros de asfalto e em pouco tempo as ruas estão todas esburacadas.
O passo seguinte é o morador daquele loteamento cobrar dos vereadores e da prefeitura o recapeamento da via ou a operação tapa-buracos. Isso poderia ser evitado e diminuir custos para o município, se não fosse o serviço malfeito pela empreiteira ao pavimentar as ruas.
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