Pesquisas buscam impulsionar produção de azeite de abacate na Serra da Mantiqueira em MG

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está explorando maneiras de fortalecer a cadeia produtiva do abacate, com foco na extração de óleo fino da fruta. A inovação reside na possibilidade de utilizar a estrutura e o maquinário das agroindústrias de azeite de oliva durante o período de entressafra das oliveiras.

“A safra da oliveira é curta, vai do final de janeiro ao início de abril e no restante do ano não temos azeitonas. Com poucas adaptações, as pesquisas têm demonstrado que é possível utilizar do mesmo maquinário para se extrair o óleo do abacate e dar uma utilidade maior para esse conjunto de máquinas”, explica o pesquisador da Epamig Luiz Fernando de Oliveira.

Dois projetos, conduzidos pela equipe do Campo Experimental da Epamig em Maria da Fé, estão diretamente ligados a essa iniciativa: o BIP-00021-24 – “Produção de abacate e qualidade do óleo em cultivos da Serra da Mantiqueira”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e o projeto “Processos inovadores nas agroindústrias de azeite de oliva e abacate”, com recursos do edital PPE 00049/21 da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) / Fapemig, que viabilizou a modernização da agroindústria da unidade.

Os estudos buscam identificar as melhores práticas para a obtenção de óleo de abacate de alta qualidade e em boa quantidade, além de otimizar o aproveitamento dos equipamentos da agroindústria.

Desafios e adaptações no processo de extração
“Pouco se conhece sobre as características agroindustriais do abacate, tanto na parte física, que leva em consideração o teor de óleo, quanto em relação às características químicas que envolvem a qualidade, seja por padrões como acidez, peróxidos, estabilidade oxidativa, perfil de ácidos graxos e polifenóis, seja pela parte sensorial, dos óleos extraídos de diferentes cultivares da fruta”, detalha Luiz Fernando.

O pesquisador destaca que na Região Sudeste existem cerca de 40 lagares para a extração de azeite de oliva, que com pequenos ajustes podem ser empregados na produção do óleo de abacate. “Umas dessas adequações é despolpar o abacate, pois se utiliza apenas a polpa para extração do óleo. Outra adaptação é na regulagem da máquina, pois a depender da quantidade de óleo presente no fruto do abacate é necessário mexer no ajuste de saída do azeite na centrífuga horizontal (decanter)”, informa.

Novos estudos estão avaliando a viabilidade de extrair o óleo do fruto inteiro, o que exigiria um moinho de maior porte, dada a diferença de tamanho entre o abacate e a azeitona.

Usos e benefícios do óleo de abacate
O óleo de abacate possui um perfil de ácidos graxos muito similar ao azeite de oliva, com alto teor de ácido oleico, uma gordura monoinsaturada benéfica à saúde. Além disso, é rico em compostos fenólicos, que atuam como antioxidantes e também oferecem vantagens para a saúde humana.

“O objetivo inicial é produzir um óleo para consumo humano e num segundo momento também destinar este óleo para elaboração de outros produtos como cosméticos”, complementa Luiz Fernando de Oliveira. Com informações da Agência Brasil

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