Anjos do Asfalto de Pará de Minas e Grupo G3 de Pitangui suspendem atendimentos

Um comunicado publicado na quarta-feira, 2 de janeiro de 2019, pela Associação Estadual dos Bombeiros Voluntários e Equipes de Resgate Voluntárias de Minas Gerais (VOLUNTERMINAS) informa que a partir da data da publicação, as unidades de bombeiros voluntários e equipes de voluntárias de resgate existentes no Estado suspenderam temporariamente suas atividades como socorristas.

O texto cita que em razão dessa paralisação aproximadamente 380 mil mineiros terão que aguardar o socorro, quando necessitarem, de uma unidade do Corpo de Bombeiros Militar mais próxima do local em que estiverem.

Destaca ainda que em janeiro de 2018 o Governo de Minas Gerais sancionou a Lei Estadual Nº 22.839 dando exclusividade aos serviços de atendimentos emergenciais ao Corpo de Bombeiros, mesmo ciente que 780 municípios mineiros não contam com uma unidade da corporação.

A associação diz também que em julho de 2018 o Corpo de Bombeiros publicou uma portaria impondo uma série de exigências às instituições citadas e obrigando o credenciamento das associações de bombeiros e equipes de resgate voluntárias junto à corporação militar.

Diante disso, em outubro de 2018 os representantes dos socorristas voluntários solicitaram formalmente junto ao Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais algumas alterações na portaria e maior prazo para adequação, mas não receberam retorno até 2 de janeiro de 2019.

Diante disso e temendo ações que possam prejudicar o trabalho das instituições, a VOLUNTERMINAS orientou aos seus filiados que suspendessem as atividades por tempo indeterminado e que repassem as ocorrências para o Corpo de Bombeiros Militar mais próximo.

A associação também ressalta que o Estado de Minas Gerais tem 853 municípios, porém, 781 deles não contam com uma unidade do Corpo de Bombeiros Militar para atender a população.

O município de Pará de Minas conta com o Grupo de Resgate Voluntário Anjos do Asfalto, que também suspendeu seu trabalho na quarta (2). O coordenador Marcos Campolina lamenta que a situação tenha chegado a esse ponto.

Acrescenta que sua equipe é qualificada para realizar os primeiros socorros emergenciais, mas salienta que não será fácil adequar a todas as exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros:


Marcos Campolina
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O Grupo de Resgate Voluntário Anjos do Asfalto visa trabalhar em parceria com o Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para atender rapidamente as pessoas que necessitarem de socorro.

Essa parceria pode ser notada em acidentes com várias vítimas em que as equipes do Corpo de Bombeiros, SAMU e Anjos do Asfalto se unem para prestar socorro a quem precisa com maior rapidez.

Por outro lado, em um município como Pará de Minas, que conta com Corpo de Bombeiros e SAMU, pode acontecer de coincidir vários chamados ao mesmo tempo e precisar do apoio do Anjos do Asfalto nos primeiros atendimentos:

Marcos Campolina
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Marcos Campolina agradece a população paraminense que sempre contribuiu para a manutenção do Grupo de Resgate Voluntário Anjos do Asfalto, mas diz que agora só resta aguardar a resposta do Corpo de Bombeiros sobre o pedido de credenciamento. Só assim saberá o que será necessário fazer para continuar o serviço, caso tenha condições financeiras para cumprir as exigências. Para ele, enquanto a situação não se resolve, quem perde é a população:

Marcos Campolina
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Marcos de Souza Costa é voluntário do Grupo de Resgate G3 que atua em Pitangui, município que conta com apenas uma ambulância do SAMU e não tem unidade do Corpo de Bombeiros. O G3 também está parado e em caso de alguma emergência é preciso aguardar a chegada de uma equipe do Corpo de Bombeiros de Nova Serrana:


Marcos de Souza Costa
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O Grupo de Resgate G3 atua em Pitangui há seis anos e se transformou em uma referência para a comunidade que sempre aciona os socorristas voluntários quando precisam. Porém, Marcos de Souza Costa não sabe se o grupo conseguirá atender todas as exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais:

Marcos de Souza Costa
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O coordenador do Grupo de Resgate Voluntário Anjos do Asfalto Marcos Campolina informa que desde o início da atuação dos socorristas em Pará de Minas em 2014 foram aproximadamente dois mil atendimentos prestados. No entanto, ele lembra que o Anjos do Asfalto existe desde 2003, fundado por ele, para socorrer vítimas na BR-381, saída de Belo Horizonte para o Espírito Santo, local onde ocorrem muitos acidentes. Somando o trabalho em 15 anos de atuação são mais de 10 mil atendimentos prestados ás vítimas, principalmente de acidentes.

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