Superávit comercial de novembro registra a maior queda em quatro anos

A balança comercial brasileira encerrou o mês de novembro com o pior resultado para o período desde 2021. Divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) ontem (4), o superávit foi de US$ 5,842 bilhões, uma retração de 13,4% em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o saldo positivo atingiu US$ 6,746 bilhões. A pressão veio do crescimento acentuado das importações e da queda nas vendas externas de petróleo. Em novembro de 2021, a balança havia registrado um déficit de US$ 1,11 bilhão.

Exportações em alta histórica, mas importações crescem mais
Apesar da redução no superávit, tanto as exportações quanto as importações atingiram valores recordes para o mês de novembro. O valor total das vendas ao exterior foi de US$ 28,515 bilhões, representando um aumento de 2,4% em relação a novembro do ano passado. Contudo, o crescimento das compras do exterior foi mais expressivo: as importações totalizaram US$ 22,673 bilhões, uma alta de 7,4% na mesma comparação, o que consumiu parte do superávit.

No acumulado de janeiro a novembro, o saldo da balança registrou US$ 57,839 bilhões, valor que é 16,8% menor que o período equivalente em 2024 e o mais baixo desde 2022.

A influência do petróleo e o recorde da Agropecuária
A performance de novembro foi marcada pela volatilidade nos setores. A Agropecuária teve um desempenho robusto, com crescimento de 25,8% nas exportações, impulsionado por maiores volumes e preços, com destaque para soja (+64,6%), milho e café não torrado.

Em contraste, o setor da Indústria Extrativa teve uma queda de 14% nas exportações. A baixa foi puxada principalmente pela acentuada redução nas vendas de óleos brutos de petróleo (-21,3%) e minérios de cobre. A variação no petróleo, no entanto, é tradicionalmente afetada pela manutenção programada de plataformas de produção. Já a Indústria de Transformação cresceu 3,7%, com forte participação de produtos semiacabados de ferro/aço (+102%), aeronaves (+86,1%) e carne bovina (+57,9%).

O aumento nas importações é reflexo da recuperação econômica interna, com maior consumo e elevação nos investimentos. As principais categorias importadas incluem combustíveis, motores, máquinas não elétricas e máquinas de processamento automático de dados.

Projeções anuais indicam superávit menor que em anos anteriores
O Mdic revisou suas projeções para o ano, estimando um superávit comercial de US$ 60,9 bilhões. Exportações e importações são esperadas em US$ 344,9 bilhões e US$ 284 bilhões, respectivamente.

Apesar de ser um valor considerável, a projeção do governo é mais pessimista do que a registrada em anos anteriores, como os US$ 74 bilhões de 2024 e o recorde histórico de US$ 98,9 bilhões em 2023. A estimativa do Mdic também está abaixo da projeção do mercado financeiro, que, segundo o Boletim Focus, espera um superávit de US$ 62,85 bilhões. Com informações da Agência Brasil

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