Mercado reduz previsão de inflação para 4,43% em 2025; Selic deve se manter alta

As projeções do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, foram revisadas para baixo. A estimativa para este ano passou de 4,45% para 4,43%, de acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central (BC). Para o ano seguinte, 2026, a expectativa do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 2,16%.

Inflação perto da meta e puxada pela energia
É a terceira semana consecutiva em que a previsão de inflação é reduzida, um movimento que se seguiu à divulgação do resultado de outubro. O IPCA daquele mês foi de 0,09%, o menor índice para o período desde 1998, influenciado principalmente pela queda no custo da energia elétrica. Em setembro, o índice havia sido de 0,48%.

Com essa desaceleração, a projeção de 4,43% para o ano se encaixa no intervalo de tolerância da meta de inflação, que é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta central é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual, o que estabelece o teto em 4,5%.

O resultado acumulado da inflação nos 12 meses é de 4,68%. Apesar de ser a primeira vez em oito meses que o patamar fica abaixo de 5%, ele ainda se encontra ligeiramente acima do limite superior da meta estabelecida pelo CMN. As projeções futuras continuam em ritmo de queda: 4,17% para 2026, 3,8% para 2027 e 3,5% para 2028.

Juros básicos e a cautela do Banco Central
O principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Apesar do recuo da inflação e da desaceleração da economia, o Copom optou por manter a Selic pela terceira vez seguida na última reunião. O colegiado não descartou a possibilidade de voltar a elevar os juros caso julgue necessário para o controle inflacionário.

Em nota, o BC justificou que o cenário externo permanece incerto, principalmente devido à política econômica e à conjuntura nos Estados Unidos, que geram reflexos nas condições financeiras globais. No âmbito interno, a autarquia destacou que a inflação ainda se mantém acima da meta, sugerindo que os juros deverão permanecer em patamares elevados por um período prolongado.

A previsão dos analistas de mercado é que a Selic encerre 2025 nos atuais 15% ao ano. Para o final de 2026, a expectativa é de queda para 12% ao ano, seguida por novas reduções para 10,5% em 2027 e 9,5% em 2028.

Impacto dos Juros: O aumento da Selic é uma medida que visa conter o consumo e o crédito, encarecendo-o e, consequentemente, esfriando a economia para controlar a inflação. A redução da taxa, por outro lado, incentiva o crédito mais barato, estimulando o consumo, a produção e a atividade econômica. Com informações da Agência Brasil

PUBLICIDADE
[wp_bannerize_pro id="valenoticias"]
Don`t copy text!