Lula anuncia expansão da proteção marinha na cúpula do clima em Belém
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou a abertura da primeira sessão temática da Cúpula do Clima em Belém, focada em “Florestas e Oceanos”, ontem (6), para anunciar a ampliação da proteção das áreas marinhas brasileiras. O evento precede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começa na próxima segunda-feira (10).
Compromisso com a Amazônia azul
Lula destacou o plano do governo de proteger a região conhecida como Amazônia Azul, que engloba a vasta área marítima atlântica que se estende do litoral até o limite da Plataforma Continental brasileira.
“O Brasil vai proteger a Amazônia Azul, com planejamento marinho e proteção de mangues e corais. Vamos ampliar de 26% para 30% a cobertura de nossas áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global de Biodiversidade”, declarou o presidente.
O chefe de Estado também reforçou que, antes de qualquer exploração de recursos minerais nessas áreas, serão realizados estudos para medir os impactos ambientais e, subsequentemente, criadas unidades de conservação.
Risco climático e a necessidade de cooperação
Em seu discurso, o presidente alertou que a crise climática atingiu “pontos de não retorno”, exemplificando com a mortalidade generalizada de recifes de corais de águas quentes. Ele chamou a atenção para o risco de o aquecimento dos oceanos alterar o regime de chuvas na Amazônia, podendo levar à temida savanização, com graves consequências para a agricultura e o clima mundial.
Lula enfatizou que o cenário atual exige uma resposta coordenada, reiterando que “nenhum país poderá enfrentar a crise climática sozinho” e que é crucial “unir forças novamente e liberar sinergia” entre os acordos ambientais.
O Brasil, segundo o presidente, reforça seu compromisso internacional e irá ratificar até o fim deste ano o Tratado de Alto Mar, com vigência a partir de 2026.
Desmatamento zero e recuperação de pastagens
O presidente também abordou a crise das florestas tropicais, que em 2024 desapareceram mais rapidamente do que em qualquer outro ano, totalizando uma área equivalente ao Panamá. Ele defendeu que apenas a cooperação global poderá conter incêndios, o desmatamento e a poluição marinha.
Um dos principais compromissos do governo é a meta de desmatamento zero até 2030. Lula afirmou que o país já conseguiu reduzir o desmatamento amazônico em mais de 50%, registrando a menor taxa da série recente. Além disso, o Brasil promete recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas ao longo de dez anos.
Para o presidente, nenhuma floresta tropical gerará soluções climáticas se não gerar soluções para as populações que nela habitam. Ele finalizou seu discurso chamando o evento de “a COP da verdade por um pacto pela vida de florestas, oceanos e humanidade”. Com informações da Agência Brasil


