Poços interditados em Pará de Minas: secretário associa contaminação da água desses pontos de coleta a surto de diarreia e infecções intestinais

A Prefeitura de Pará de Minas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, determinou a interdição de pontos de coleta de água de poços artesianos, minas e nascentes utilizados para consumo pela população. A decisão, que afeta diversas regiões do município, foi tomada após exames laboratoriais da Fundação Ezequiel Dias (Funed) confirmarem a contaminação microbiológica da água com a presença de coliformes totais e Escherichia Coli. A detecção dessas bactérias é um forte indicativo de contaminação fecal, tornando a água imprópria e com potencial para desencadear graves doenças gastrointestinais, como diarreias e vômitos, além de outras enfermidades como hepatite e leptospirose.

O Coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Douglas Duarte, enfatizou a gravidade da situação. Segundo ele, a água contaminada muitas vezes tem aparência clara e limpa, levando as pessoas a não acreditarem na contaminação. No entanto, a presença de microrganismos invisíveis a olho nu torna o exame laboratorial essencial:

Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Douglas Duarte
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Aumento alarmante de casos de diarreia em 2025
A interdição dos poços está diretamente relacionada a um alto e assustador índice de infecções gastrointestinais — gastrites e diarreias — que a cidade enfrentou a partir de agosto de 2025, logo após um período de surto de problemas respiratórios.

O secretário municipal de Saúde, Gilberto Denoziro Valadares da Silva, relacionada a contaminação da água desses poços ao aumento de casos de doenças com o crescimento exponencial dos atendimentos na UPA por problemas gastrointestinais e Diarreia Aguda grave (DDA):

Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

O número de pacientes com problemas gastrointestinais saltou de 94 em agosto de 2024 para 1.743 no mesmo mês em 2025. Os bairros mais afetados, como São Cristóvão e Santos Dumont, são justamente aqueles que utilizam os poços artesianos contaminados:

Gilberto Denoziro Valadares da Silva
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Locais e medidas de interdição
Três poços artesianos foram formalmente interditados:

Rua Raquel Ferreira, 299, na Vila Raquel Ferreira.

Rua Silvínio Olímpio, em frente ao número 452, localizado entre os bairros São Cristóvão e Santos Dumont.

Rodovia MG-431, na entrada do bairro Padre Libério.

A interdição exige a remoção de todas as estruturas que facilitam a coleta de água (canos, bombas), além da instalação de placas de sinalização. Essa medida é considerada fundamental para evitar que a população continue consumindo a água, especialmente porque muitos duvidam da contaminação.

Em uma segunda etapa, serão interditadas as minas da cidade por não possuírem tratamento adequado:

Douglas Duarte
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Causa e alerta para a população
Entre as principais causas da contaminação, Douglas Duarte citou as obras irregulares e, principalmente, o fechamento incorreto de poços que não deram água suficiente. Poços mal vedados permitem que a água de chuva arraste materiais orgânicos, dejetos e sujeira, contaminando o lençol freático. Outros fatores incluem:

Fossas sépticas mal localizadas.

Expansão territorial desordenada.

Animais que bebem e defecam próximo às minas.

O Coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Douglas Duarte, ressalta que as minas e poços artesianos estão interligados a lençóis freáticos que percorrem vários locais, facilitando a contaminação:

Douglas Duarte
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A interdição é vista como uma medida de prevenção. O secretário municipal de Agronegócio, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Kenede Antônio dos Reis, assegurou que as interdições serão mantidas até que novos laudos laboratoriais atestem que a água está potável, priorizando sempre a saúde da população.

Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação

Kenede Antônio dos Reis
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Recomendações aos usuários e próximas ações
A Secretaria Municipal de Saúde pede o entendimento da população e reforça a necessidade de tratamento da água armazenada. Para quem ainda usa água dessas fontes ou de poços artesianos rurais não cadastrados, as orientações são:

Filtração e fervura da água por um mínimo de 5 minutos para garantir a eliminação dos microrganismos.

Uso de hipoclorito para tratamento. A Secretaria de Saúde, através da Vigilância em Saúde Ambiental, fornece o hipoclorito e as instruções de dosagem.

Higienização de caixas d’água e reservatórios com água sanitária.

Não usar sabão ou outros produtos químicos em filtros de barro, pois o material absorve o produto; recomenda-se usar água quente.

A Funed, após um período de suspensão, voltou a realizar as análises. A Vigilância Sanitária, em comum acordo com a Secretaria Municipal de Agronegócio, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente e a Secretaria Municipal de Saúde, manterá as análises periódicas nos poços.

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