População de baixa renda sente mais a queda da inflação
A queda na inflação no mês de agosto foi mais percebida por famílias de baixa renda, de acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto o índice oficial de inflação, o IPCA, ficou em -0,11%, a queda no custo de vida para famílias com renda mensal de até R$ 3,3 mil foi de mais de 0,20%.
O estudo mostra que as famílias com renda mais baixa foram as que mais se beneficiaram da deflação. Já para a população de alta renda, com ganhos acima de R$ 22 mil, a inflação se manteve positiva em 0,10%.
Alimentos e energia puxam a queda de preços
A autora do estudo, Maria Andreia Parente Lameiras, explica que a deflação mais acentuada para as famílias mais pobres se deve ao perfil de consumo desse grupo, que concentra uma parte maior da renda em itens essenciais como alimentação e habitação. Em agosto, houve queda de preços de cereais, tubérculos, café, carnes, ovos e leite.
Além disso, a queda nas tarifas de energia elétrica, impulsionada por um bônus da hidrelétrica de Itaipu, contribuiu para aliviar o orçamento dessas famílias. Por outro lado, para as famílias com renda mais alta, a queda nos preços de alimentos e energia foi compensada pelo aumento nos preços de serviços, como alimentação fora de casa e recreação.
Cenário anual se inverte
No acumulado dos últimos 12 meses, a situação se inverte. A inflação foi mais alta para as famílias mais pobres, que sentiram um peso maior no bolso. Enquanto a inflação oficial acumulada chegou a 5,13%, a mais alta foi para famílias com renda muito baixa, em 5,23%. O estudo aponta que as principais pressões inflacionárias no período vieram dos grupos de alimentos e bebidas, habitação, transportes, além de saúde e cuidados pessoais. Com informações da Agência Brasil


