Brasil busca rastreamento direto de peças de fuzis com os EUA para combater facções criminosas

O governo brasileiro, por meio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está buscando estabelecer um canal de cooperação direto e rápido com os Estados Unidos para rastrear a origem de peças de fuzis que abastecem facções criminosas no Brasil. A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo no enfrentamento ao crime organizado transnacional.

Proposta de Cooperação e Rastreamento de Armas
Após reunião com o embaixador interino norte-americano, Gabriel Escobar, o ministro Haddad afirmou que os Estados Unidos demonstraram forte disposição em atender ao pedido de articulação. O objetivo é notificar imediatamente uma autoridade competente norte-americana sempre que um contêiner com componentes de fuzis oriundo dos EUA chegar ao Brasil.

A intenção é que os EUA possam, de forma célere, identificar a origem e o destino da carga, verificando quem a exportou, para quem foi enviada e apurando eventuais irregularidades que possam ter ocorrido nos portos de embarque. Haddad pontuou que o diálogo foi solicitado pelo governo brasileiro após um contato entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, e que Escobar se mostrou otimista, prometendo uma resposta formal.

Peças de Fuzis e Financiamento Clandestino
O ministro revelou que as investigações brasileiras demonstraram que peças de fuzis enviadas dos Estados Unidos acabam chegando às mãos de organizações criminosas no Brasil. A urgência do rastreamento se intensificou após Haddad relatar que certas cargas chegam ao país sem passar por procedimentos de segurança essenciais, como o escaneamento de contêineres.

Além do tráfico de armas, as investigações brasileiras, como a Operação Poço de Lobato, apontam que organizações criminosas transferem recursos entre países para ocultar patrimônio e enganar o Fisco. A operação tem como alvo 55 fundos de investimento suspeitos de financiar atividades ilegais, sendo 40 deles sediados no Brasil e 15 no exterior. O grupo Refit, antigo proprietário da refinaria de Manguinhos (RJ), é citado como o principal alvo.

Integração das Investigações Bilaterais
Haddad informou que compartilhou detalhes das apurações brasileiras envolvendo fundos registrados nos EUA e se comprometeu a enviar toda a documentação necessária às autoridades daquele país para evitar contestações jurídicas. O ministro defendeu que a participação norte-americana é essencial para ampliar a eficácia no combate à lavagem de dinheiro, somando esforços ao trabalho já realizado pela Polícia Federal, Receita Federal, Coaf e ministérios públicos estaduais.

Embora o embaixador Escobar tenha citado exemplos de cooperação em curso com o México, Haddad frisou que a realidade brasileira exige termos específicos, ajustados ao contexto nacional. O ministro relatou ter saído da reunião com a impressão de que os EUA irão acelerar a análise da proposta de cooperação bilateral. Com informações da Agência Brasil

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