Vitamina D: um elo promissor no controle da Esclerose Múltipla, revela estudo francês

Por trás de um simples banho de sol, pode estar uma solução poderosa para a Esclerose Múltipla (EM), uma das doenças neurológicas mais desafiadoras. Um estudo recente conduzido por pesquisadores franceses trouxe novos dados que indicam a vitamina D como um agente importante capaz de reduzir significativamente a atividade dessa condição, que, até então, ainda carece de tratamentos plenamente eficazes.

Mas como algo aparentemente tão simples pode influenciar tão profundamente uma doença que intriga médicos há décadas?

Entendendo a esclerose múltipla: quando o sistema imune ataca a si mesmo
A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune, crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso central. Essencialmente, o sistema imunológico da pessoa passa a atacar equivocadamente a bainha de mielina, uma “capa protetora” que envolve os neurônios. Sem essa proteção, os sinais nervosos não são transmitidos corretamente, o que gera uma gama de sintomas como fraqueza, formigamentos, visão turva, alterações motoras e cognitivas.

“Trata-se de uma doença imprevisível, com surtos intermitentes e fases de remissão, que pode evoluir de forma silenciosa e causar impactos significativos na qualidade de vida”, destaca o médico Ronan Araujo.

Vitamina D: além da imunidade e o estudo francês inovador
A vitamina D é um dos nutrientes mais versáteis e poderosos do corpo humano, participando de funções que vão da absorção de cálcio e fortalecimento ósseo até o equilíbrio hormonal, regulação neuromuscular e, crucialmente, a modulação do sistema imunológico.

O nutrólogo explica que nosso organismo produz vitamina D naturalmente quando exposto à luz solar, mais precisamente aos raios UVB. Contudo, devido a fatores como o estilo de vida urbano, baixa exposição solar, alimentação deficiente e predisposições genéticas, a deficiência dessa vitamina tornou-se comum, mesmo entre pessoas aparentemente saudáveis.

O que a ciência demonstra agora, com mais clareza, é que essa deficiência pode ter consequências muito mais amplas do que se imaginava.

Pesquisadores franceses realizaram um estudo inovador que comprovou o impacto positivo da suplementação de vitamina D na redução da atividade inflamatória da esclerose múltipla. Os pacientes que receberam a suplementação apresentaram menor número de surtos, menor progressão dos sintomas e melhora perceptível na qualidade de vida.

Essa descoberta não é um caso isolado. Há anos, estudos correlacionam baixos níveis de vitamina D com maior risco de desenvolvimento e progressão de doenças autoimunes. Agora, existem evidências mais sólidas de que corrigir essa deficiência pode ir além da prevenção, tornando-se parte ativa do tratamento.

O mecanismo de ação da vitamina D na EM e a importância da supervisão médica
O que torna essa relação tão promissora é a capacidade da vitamina D de modular o sistema imunológico. Ela atua como um “freio” para o excesso de resposta inflamatória, ajudando a impedir que o sistema imunológico continue atacando estruturas do próprio corpo, como ocorre na EM.

Além disso, estudos apontam que a vitamina D influencia positivamente a integridade das conexões neuronais, auxilia na regeneração celular e reduz a produção de citocinas inflamatórias — substâncias envolvidas nos surtos da doença.

Atenção: sol é remédio, mas o uso correto ainda é médico. “É importante ressaltar que, embora a vitamina D seja produzida naturalmente pelo corpo, o uso terapêutico em pacientes com esclerose múltipla não deve ser feito sem supervisão médica. Doses altas, usadas em protocolos específicos, exigem acompanhamento rigoroso, pois o excesso da vitamina também pode causar efeitos colaterais sérios, como alterações renais, calcificações e intoxicações”, alerta Ronan Araujo. Ele enfatiza: “No consultório, avaliamos cada paciente individualmente. Exames laboratoriais específicos determinam os níveis séricos de vitamina D, e a partir disso traçamos uma estratégia segura e eficaz de suplementação, quando necessário.”

Estamos vivendo uma era onde o olhar para o paciente precisa ser amplo, sistêmico e profundo. Não basta tratar sintomas; é necessário compreender os mecanismos por trás da doença e buscar soluções que fortaleçam o corpo de dentro para fora.

A esclerose múltipla ainda é uma doença sem cura definitiva, mas hoje se sabe que é possível retardar sua progressão, reduzir os surtos e devolver qualidade de vida ao paciente. A vitamina D surge como um elo fundamental entre a imunidade, a saúde neurológica e a medicina preventiva.

Portanto, se você tem histórico de EM na família, ou já convive com o diagnóstico, converse com seu médico. Avalie seus níveis hormonais, sua rotina de exposição solar, sua alimentação e, principalmente, seu estado inflamatório silencioso.

Ronan Araujo conclui: “Às vezes, a resposta que você procura não está em um remédio novo, e sim no equilíbrio natural que o seu corpo está pedindo há anos. E a vitamina D pode ser o primeiro passo nesse processo de controle, bem-estar e autonomia sobre sua própria saúde.” As informações são da Assessoria de Comunicação do médico Ronan Araujo

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