Vale anuncia para esta semana início das obras da nova adutora que garantirá abastecimento de água em Pará de Minas

A tragédia provocada pelo rompimento da barragem da mineradora Vale S.A. no município de Brumadinho em 25 de janeiro de 2019 provocou centenas de mortes, danos materiais e ambientais, além da contaminação da água do Rio Paraopeba.

Este manancial era utilizado pela Concessionária Águas de Pará de Minas para captar água e abastecer a população paraminense. Antes de a empresa assumir este serviço em abril de 2015 e investir cerca de R$ 45 milhões para construir a adutora do Sistema Paraopeba, o racionamento de água impôs um sofrimento cruel aos moradores de Pará de Minas, especialmente nos anos de 2013 e 2014, época em que a Copasa explorava os serviços no município, mas não realizava os investimentos necessários para garantir o abastecimento.

No início de outubro de 2015 a água do Rio Paraopeba chegou a Estação de tratamento de Água (ETA), localizada no Bairro Nossa Senhora das Graças, distante 28 quilômetros do Distrito de Córrego do Barro, onde a água estava sendo captada.

A partir daí foi um alívio para o povo de Pará de Minas que afastou o fantasma do racionamento de água que impôs tanto sofrimento. Em algumas regiões da cidade os moradores ficaram até 26 dias sem receber uma gota d’água. Os caminhões-pipa não davam conta de abastecer a cidade.

Mas o pesadelo voltou a assombrar os paraminenses após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho no início da tarde dia 25 de janeiro de 2019. Na noite de 29 de janeiro, a Concessionária Águas de Pará de Minas suspendeu a captação de água no Rio Paraopeba, que estava contaminado pelos rejeitos da mineradora Vale.

Na manhã de 31 de janeiro, o Governo de Minas Gerais emitiu nota oficial confirmando que a água do rio Paraopeba está contaminada, o nível de alerta quanto ao abastecimento de água nas cidades que dependem daquele manancial aumentou. No boletim constava níveis de concentração de metais pesados como chumbo e mercúrio 20 vezes acima do permitido, decorrentes do rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Feijão, operada pela mineradora Vale.

No dia 5 de fevereiro a Prefeitura de Pará de Minas decretou situação de emergência no Município em decorrência da contaminação da água do Rio Paraopeba.

Depois disso o foi instituído em Pará de Minas o comitê de resposta ao desastre da Vale e assinado no dia 18 de março por representantes da mineradora um Termo de Compromisso (TC) junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na Comarca de Pará de Minas, estipulando que até 20 de maio de 2020 as obras da adutora para captar água no Rio Pará seriam concluídas. Caso a mineradora não cumprisse o acordo, ela estaria sujeita ao pagamento de multa diária de R$ 100 mil e ainda deveria cumprir os prazos de obras. Porém, o comitê denunciou que a Vale não estaria cumprindo os prazos. Inicialmente, ele teria sido estendido para junho e depois para julho de 2020. Na última reunião do comitê de resposta, não participaram o prefeito Elias Diniz (PSD), o promotor de Justiça Delano Azevedo Rodrigues e representantes da Águas de Pará de Minas. Os demais integrantes discutiram a possibilidade de novas ações estratégicas para garantir a execução da obra.

Na manhã desta segunda-feira, 30 de setembro, a redação do Portal GRNEWS recebeu informações enviadas pelo setor de resposta e desenvolvimento da mineradora Vale S.A., anunciando para esta semana o início das obras de construção da adutora do Rio Pará, com término previsto para a julho de 2020.

Veja a íntegra:

“A Vale inicia, nesta semana, as obras da nova adutora do rio Pará, localizada entre Pará de Minas e Conceição do Pará, na região Centro-Oeste do Estado. A estrutura faz parte de um conjunto de ações que visa a garantir o abastecimento de água para a população local, com segurança e seguindo todos os padrões de qualidade de engenharia. Após a conclusão da obra, prevista para julho de 2020, a adutora será entregue à Prefeitura de Pará de Minas e operada pela Concessionária Águas de Pará de Minas (Capam).

A vazão a ser captada pela adutora será de 284 l/s (pouco mais de 1 milhão de litros a cada hora), mesma vazão que o município de Pará de Minas captava no rio Paraopeba. A tubulação terá aproximadamente 47 km de extensão e será formada por cerca de 7,2 mil tubos de 6 metros a 12 metros de extensão e diâmetro de 500 mm. Com exceção das travessias de rios e córregos, a tubulação será totalmente subterrânea para minimizar os impactos posteriores à obra.

Geração de emprego e renda local

A expectativa é de que sejam gerados de 500 a 600 empregos no pico das obras, previsto para o período de novembro de 2019 a março de 2020, com prioridade para a mão de obra local e de cidades vizinhas. Da mesma forma a Vale seguirá sua política interna de privilegiar a contratação de fornecedores da região, gerando emprego e renda para moradores de Pará de Minas, Conceição do Pará e municípios limítrofes.

A adutora integra as medidas previstas no Termo de Compromisso (TC) assinado no dia 18 de março pela Vale e Prefeitura de Pará de Minas, Concessionária Águas de Pará de Minas e interveniência do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Além dela, o TC previa ações emergenciais já implementadas pela Vale para amenizar o impacto da interrupção da captação do rio Paraopeba em Pará de Minas.

Entre essas medidas, a empresa colocou em operação oito poços profundos garantindo uma vazão de 52 l/s. Também foi construída uma nova captação no ribeirão Cova Danta, com capacidade para 96 l/s. Para esse sistema, uma linha de distribuição de energia elétrica também foi instalada.

Todas as ações previstas no TC foram devidamente comunicadas e autorizadas pelos órgãos competentes. Após a conclusão da obra da nova adutora de Pará de Minas e, futuramente, com o retorno da captação no rio Paraopeba, o município de Pará de Minas poderá ter sua capacidade de abastecimento de água dobrada em relação ao que era antes do rompimento da barragem B1, em Brumadinho.

Importante ressaltar que essas medidas garantiram o abastecimento da população local até o momento e a Vale continua trabalhando em conjunto com a Prefeitura Municipal, Concessionária Águas de Pará de Minas e Ministério Público.”

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