Imóveis fechados e resistência de moradores em receber os agentes comprometem combate à Dengue em Pará de Minas

A situação não está nada fácil para os Agentes de Combate à Endemias (ACEs) que atuam no combate à Dengue e outras arboviroses. Não bastasse o Decreto nº 13.982/2025, emitido pela Prefeitura de Pará de Minas, determinando a suspensão temporária dos pagamentos de direitos previstos na Lei Complementar nº 6.679/2021 para esses trabalhadores e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), os ACEs também seguem enfrentando resistência de moradores para combaterem o mosquito Aedes Aedes aegypti.
O crescente número de imóveis fechados e a resistência de moradores em permitir a entrada dos agentes de endemias têm gerado grande preocupação à Secretaria Municipal de Saúde de Pará de Minas. Segundo Douglas Duarte, coordenador da Vigilância Ambiental, atualmente o município conta com cerca de 53 mil imóveis cadastrados, entre residências, comércios e terrenos. Desse total, cerca de 35% ficaram sem vistoria no último ciclo de visitas, um índice considerado extremamente preocupante:
Douglas Duarte
Focos escondidos se tornam ameaça à comunidade
Quando os agentes não conseguem acessar os imóveis, a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti não é feita, o que impacta diretamente no aumento dos casos de dengue e outras doenças transmitidas, como zika e chikungunya. Isso significa que um simples recipiente com água acumulada pode se tornar um grande vilão para a saúde pública:
Douglas Duarte
Agendamento de visitas e alerta para nova variante da dengue
Para tentar minimizar o problema, a Prefeitura de Pará de Minas oferece agendamento de visitas em horários alternativos, incluindo finais de semana e após as 16 horas. O contato pode ser feito pelo telefone (37) 3231-7722 ou pelo WhatsApp (37) 99121-0905.
Douglas Duarte também faz um alerta: já foi confirmado um caso de dengue tipo 4 em Pará de Minas, uma variante que não circulava há muitos anos na região. Embora o caso registrado em Pará de Minas seja importado, a presença desse sorotipo acende um sinal de alerta, pois amplia o risco de surtos, especialmente quando a população já teve contato prévio com outros tipos do vírus:
Douglas Duarte
Resistência e desinformação agravam a situação
Além dos imóveis fechados, outro desafio é a recusa de alguns moradores em receber os agentes, muitas vezes por medo, desconfiança ou falta de informação. Douglas Duarte reforça que todos os profissionais estão devidamente identificados, com crachá, uniforme e bolsa personalizada, e que qualquer dúvida pode ser esclarecida diretamente na Secretaria de Saúde:
Douglas Duarte
Prevenção é dever de todos
O coordenador reforça que combater a dengue é uma responsabilidade coletiva. É fundamental eliminar qualquer recipiente que acumule água, como caixas d’água abertas, pratos de plantas, calhas entupidas, bebedouros de animais e até objetos esquecidos no quintal. A colaboração dos moradores, permitindo a entrada dos agentes, é essencial para que o trabalho de prevenção seja eficiente e alcance toda a comunidade.
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