GRNEWS TV: Fragilidade da fiscalização ambiental em Minas Gerais expõe risco a desastres e retrabalho

Durante participação no videocast Papo com Geraldo Rodrigues, apresentado de segunda a sexta-feira, a partir das 13 horas, pelo canal GRNEWS no YouTube, Elma Ayrão Mariano, gestora Ambiental da FEAM URA Alto São Francisco, destacou a precarização do serviço público estadual de meio ambiente em Minas Gerais.

Núcleos subdimensionados e ineficiência
A estrutura do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) enfrenta sérios problemas de pessoal. Em Uberlândia, por exemplo, o Núcleo de Regularização Ambiental conta com apenas três servidores, nenhum efetivo. Sem credenciamento, eles não podem lavrar autos de fiscalização ou de infração, tornando qualquer inspeção parcial e dependente de deslocamento de equipes de outras cidades. O resultado é retrabalho, perda de tempo e fiscalização comprometida, afetando municípios inteiros.

Gestão de barragens em alerta
A situação se repete em setores estratégicos. A gerência de gestão de barragens da FEAM, responsável por estruturas de água e resíduos industriais em todo o Estado, tem nove profissionais, sendo apenas um efetivo. O restante não possui autoridade para aplicar medidas legais diretamente, o que deixa o controle de barragens altamente vulnerável a falhas e acidentes, colocando em risco comunidades e ecossistemas.

Consequências e desafios
A dependência de denunciantes e a ausência de equipes qualificadas ampliam os riscos ambientais. A falta de estabilidade dos servidores contratados gera desmotivação e limita a eficiência do órgão. Especialistas alertam que, sem investimentos e reposição de quadro efetivo, Minas continua vulnerável a desastres ambientais e à incapacidade de garantir cumprimento da legislação, reforçando a urgência de ações estruturais e estratégicas.

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