Motoristas de aplicativo ocupam Câmara, denunciam “indústria da multa” e transporte clandestino, além de cobrar fiscalização em Pará de Minas

O Portal GRNEWS acompanhou a 41ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Pará de Minas, realizada ontem 25 de novembro, foi observada de perto por um grande grupo de motoristas de aplicativo que lotou as galerias do plenário. Com faixas, cartazes e manifestações pontuais, eles pressionaram os vereadores e reforçaram o apelo por mudanças na forma como o serviço vem sendo tratado no município.

Os profissionais afirmam enfrentar um cenário cada vez mais difícil, marcado por multas constantes, falta de infraestrutura para atendimento aos passageiros no Centro e a presença crescente de motoristas clandestinos, apontados como concorrência desleal e ameaça à segurança dos usuários.

Reclamações incluem falta de pontos de embarque e abordagem rigorosa
Ana Paula de Souza Fernandes, motorista de aplicativo, detalhou a situação vivida diariamente pelos profissionais. Segundo ela, o Centro de Pará de Minas é o ponto mais comum de chamadas dos passageiros, mas não existem locais adequados para paradas rápidas. Assim, mesmo ao realizar embarques de 1 ou 2 minutos, muitos motoristas são surpreendidos com multas dias depois.

Ela relatou ainda que foi autuada ao ajudar um cadeirante a descer do veículo em frente a uma agência bancária, destacando que o serviço frequentemente envolve atender idosos, pessoas com deficiência e emergências familiares — situações que, segundo ela, exigiriam mais compreensão do poder público:

Ana Paula de Souza Fernandes
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Motoristas denunciam clandestinos e dizem que categoria sustenta o transporte noturno
Para a motorista, o impacto financeiro é grave: corridas que variam de R$ 11 a R$ 25 não compensam multas que chegam a valores muito mais altos. A categoria também cita o peso de despesas como combustível, manutenção, peças e impostos, somados ao risco de tomar novas multas quase diariamente.

Segundo Ana Paula, enquanto motoristas cadastrados pagam taxas e atuam regularmente, veículos sem autorização estariam circulando livremente e “rodando de araque”, competindo de maneira desigual com quem está regularizado. Ela também afirmou que são os motoristas de aplicativo que atendem a maior parte da população em horários críticos, como madrugada e emergências, reforçando a importância do serviço para a cidade:

Ana Paula de Souza Fernandes
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Aumento das multas após Olho Vivo gera indignação
O motorista Fábio William Silva reforçou que a implantação da fiscalização por meio das câmeras do programa Olho Vivo intensificou as autuações. Ele afirma que, antes do monitoramento atual, a categoria não enfrentava o volume de multas que tem recebido há várias semanas. As principais infrações registradas envolvem parada e estacionamento em áreas sem demarcação adequada, além de alguns casos referentes ao uso de celular e avanço de sinal vermelho, ligados ao videomonitoramento.

Fábio alerta que alguns motoristas podem até perder a carteira de habilitação devido ao acúmulo de pontos, caso nada seja revisto:

Fábio William Silva
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GCM esclarece papel do Olho Vivo e que multas estão sendo aplicadas pelo Departamento de Trânsito
Durante participação no videocast Papo com Geraldo Rodrigues, o comandante da Guarda Civil Municipal, Lucas Costa Rodrigues, foi questionado sobre as denúncias relacionadas as muitas multas aplicadas. Ele explicou que o Olho Vivo tem como função principal reforçar a segurança pública, agilizando a identificação de veículos e suspeitos em situações de risco.

Sobre as multas aplicadas por meio das câmeras de monitoramento, Lucas destacou que o trabalho está amparado por normas do CONTRAN e que as autuações são aplicadas por uma pessoa que integra o Departamento Municipal de Trânsito que atua de forma permanente na central do Olho Vivo. Ele reforçou que a GCM também pode multar, mas que nesse caso específico, a Guarda Civil Municipal não é responsável por essas autuações e que há preocupação com a interpretação equivocada do papel da corporação pelos cidadãos. (Veja AQUI)

Categoria pede diálogo e soluções permanentes
Motoristas afirmam que a situação se tornou insustentável e cobram a criação de pontos específicos para embarque e desembarque, além de mais clareza e equilíbrio nas autuações. Eles esperam que o Legislativo e a Prefeitura abram diálogo para evitar que profissionais abandonem o serviço, prejudicando toda a população que depende do transporte por aplicativo, especialmente à noite e em situações emergenciais.