Revisão do IBGE altera limites de biomas entre MG e SP. Cerrado ganha área e Mata Atlântica registra recuo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou uma revisão técnica nos limites dos biomas Cerrado e Mata Atlântica na divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. O resultado dessa reavaliação indica que houve um remanejamento de áreas: o Cerrado teve sua extensão ampliada em 1,8%, enquanto a área da Mata Atlântica encolheu 1%.

O órgão enfatizou que as alterações são estritamente o resultado de uma reavaliação de critérios técnicos de mapeamento, e não refletem mudanças na vegetação causadas por desmatamento ou reflorestamento. Os critérios considerados na revisão foram fatores como clima, geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação. A maior parte das mudanças de limite ocorreu em zonas de contato entre florestas estacionais e formações de savana.

A área total que teve seus limites alterados soma aproximadamente 19.869 quilômetros quadrados (km²) do território brasileiro. Desse total, 816 km² estão localizados em Minas Gerais e 19.053 km² em São Paulo, estados que foram o foco desta revisão específica.

Novas fronteiras em capitais e regiões estratégicas
As mudanças redefiniram as fronteiras dos biomas em regiões estratégicas. Em Minas Gerais, a área de Mata Atlântica foi ampliada nas proximidades de Belo Horizonte, passando a englobar todo o município e áreas situadas ao norte da capital mineira.

Já o Cerrado teve sua maior expansão no estado de São Paulo, concentrando-se principalmente na região centro-norte. São Paulo, que possui uma legislação de proteção para este bioma desde 2009, teve cidades como Franca, Barretos, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto afetadas pela redefinição.

A revisão técnica abrangeu ainda o nordeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e a região da Serra do Espinhaço, envolvendo municípios mineiros como Diamantina, Uberaba e Sacramento, e cidades paulistas como Piracicaba, Mococa e Votuporanga.

Mapeamento em maior escala e trabalho de campo
As revisões dos limites dos biomas são um processo recorrente e necessário. Elas são consequência de uma publicação do IBGE de 2019, intitulada Biomas e Sistema Costeiro Marinho do Brasil, que aumentou a escala do mapeamento para 1:250 mil, tornando-o 20 vezes mais preciso que o anterior (1:5 milhões). A partir dessa nova base de dados, o Instituto realiza ajustes para a correta adequação das áreas.

As alterações são feitas a partir da análise integrada de especialistas em diversos temas e também incluem expedições de campo em áreas que foram questionadas por instituições governamentais e por organizações da sociedade civil com atuação na esfera ambiental. Até o momento, o IBGE já realizou cinco dessas expedições. Com informações da Agência Brasil

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