Promotor alerta que queimadas em Pará de Minas são criminosas e pede que cidadãos denunciem incendiários. Brigada Municipal contra incêndios é essencial
O período de estiagem em Pará de Minas tem sido marcado por uma onda de queimadas que, na avaliação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), são em grande parte resultado de ações criminosas. O Promotor de Justiça Delano Azevêdo Rodrigues, representante do MPMG na Comarca e Curador do Meio Ambiente, afirmou que a situação é recorrente e que o maior desafio é identificar os autores, que agem de forma “furtiva”, ateiam fogo e desaparecem rapidamente.
Incêndios criminosos e a dificuldade de investigação
Delano Azevêdo Rodrigues citou um caso recente que exemplifica a ação intencional dos incendiários, onde um mesmo incêndio foi iniciado em quatro pontos distintos, deixando claro que a motivação não foi acidental. O promotor lamentou o comportamento de criminosos que, muitas vezes, não possuem vínculos com as áreas afetadas e agem por “prazer ou má intenção”, causando prejuízos ambientais e colocando em risco propriedades rurais e residências.
Diante da dificuldade de flagrar os autores, o Promotor de Justiça fez um apelo para que a população se torne uma parceira ativa na vigilância. Ele incentivou qualquer pessoa que presencie uma atitude suspeita a filmar ou gravar a pessoa, fornecendo indícios que possam levar à identificação dos responsáveis. A vegetação seca, que se espalha com facilidade, facilita a propagação das chamas, que fogem ao controle, por isso a vigilância é fundamental:

Delano Azevêdo Rodrigues
Penalidades e conscientização da população
Conforme a legislação, as penalidades para o crime de incêndio em vegetação podem chegar a até quatro anos de prisão. Apesar de considerar as sanções brandas para a gravidade do crime, o promotor destacou que o mais importante é conseguir identificar e responsabilizar os autores desses atos criminosos:
Delano Azevêdo Rodrigues

Verba para criar Brigada Municipal para combater incêndios florestais?
Delano Azevêdo Rodrigues disse ainda que existem recursos da ordem de R$ 1,2 milhão em uma conta da Prefeitura de Pará de Minas, resultante de sobra de acordo com a Copasa que indenizou consumidores no município. Como nem todos requisitaram o dinheiro a que tinham direito, essa sobra foi para o caixa do município. Ele tentou usar essa verba para equipar melhor o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e criar uma Brigada Municipal para combater incêndios florestais. Porém, a Procuradoria-Geral do Município descartou essa possibilidade:
Delano Azevêdo Rodrigues
O promotor finalizou o comunicado reforçando o pedido de conscientização e atenção da população. Ele lembrou que os incendiários costumam agir no final da tarde ou à noite, horários que dificultam a identificação dos autores e a percepção da fumaça, dificultando o combate dos incêndios.
Portal GRNEWS © Todos os direitos reservados.

