Inflação de novembro é a menor para o mês em 7 anos
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, registrou uma taxa de 0,18% em novembro. Este é o resultado mais baixo para um mês de novembro desde 2018, quando o índice marcou uma deflação de -0,21%. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada no país chegou a 4,46%, um percentual menor que os 4,68% registrados no período imediatamente anterior. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a variação foi de 0,39%, a desaceleração é notável.
Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com este novo patamar, a inflação retorna ao intervalo de tolerância estabelecido pelo Banco Central, cuja meta central é de 3%, com teto aceitável de 4,5%.
Alimentação e bebidas em queda pelo sexto mês
Um dos fatores de maior destaque em novembro foi o grupo Alimentação e bebidas, que apresentou uma variação negativa de -0,01%. Dentro desse grupo, a alimentação consumida nos domicílios registrou o sexto mês consecutivo de redução, marcando -0,20%.
Diversos itens de grande peso na cesta de consumo familiar contribuíram para essa deflação. As quedas de preço mais significativas foram observadas em:
Tomate: -10,38%
Leite longa vida: -4,98%
Arroz: -2,86%
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, notou a trajetória de longo prazo para um dos itens básicos. “O arroz registrou trajetória negativas ao longo de todo o ano de 2025, acumulando queda de 25%”, observou. Além dos alimentos, os itens de higiene pessoal também tiveram um recuo expressivo, com queda de -1,07%.
Em linha com o IPCA, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada na véspera (9) pela Conab e pelo Dieese, indicou que o preço da cesta básica diminuiu em 24 das 27 capitais brasileiras. O arroz agulhinha e o tomate continuaram a ser destaques de redução de preços, com o tomate apresentando queda em 26 capitais.
Maiores pressões de preço
Apesar da tendência de desaceleração geral, alguns subitens exerceram pressão significativa sobre o índice de inflação de novembro. O maior impacto isolado veio do subitem passagem aérea, que disparou 11,9% e contribuiu com 0,07 ponto percentual para o índice total.
Outras influências de alta vieram de:
Energia elétrica residencial: Aumento de 1,27%, impulsionado por reajustes tarifários em determinadas concessionárias.
Hospedagem: O subitem do grupo Despesas Pessoais variou 4,09%. O maior destaque foi um aumento de cerca de 178% registrado em Belém, no Pará, em razão da realização da COP-30 na cidade.
INPC também desacelera
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos nas áreas metropolitanas, seguiu a tendência de desaceleração.
O INPC registrou 0,03% em novembro, abaixo do 0,33% observado em novembro de 2024. No acumulado do ano, o índice está em 3,68% e, nos últimos 12 meses, registra 4,18%, o que representa uma queda em relação aos 4,49% dos 12 meses anteriores. O componente de produtos alimentícios no INPC também registrou variação negativa, passando de 0% em outubro para -0,06% em novembro. Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do Brasil

