Vigilância por câmeras em SP falha em combater crimes, diz estudo

Um estudo recente do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) concluiu que o programa de vigilância Smart Sampa, da prefeitura de São Paulo, não teve um impacto significativo nos índices de segurança pública. A pesquisa avaliou indicadores como furtos, roubos e homicídios, além de produtividade policial (prisões em flagrante e por mandado), e constatou que os resultados não melhoraram em comparação a outras cidades do estado.

O estudo considerou a metodologia de análise estatística para evitar falhas e comparou regiões que têm câmeras com áreas que não têm. A conclusão do CESeC é de que o programa, que integra dezenas de milhares de câmeras da prefeitura e de particulares, é ineficaz e caro. A pesquisa aponta que as quedas ou os aumentos nos índices de criminalidade observados nas áreas monitoradas já seguiam uma dinâmica própria.

Prefeitura defende o programa e critica metodologia
Em resposta às conclusões do estudo, a prefeitura de São Paulo divulgou uma nota classificando a metodologia da pesquisa como “falha”. O poder municipal defende que o Smart Sampa é o maior sistema de monitoramento da América Latina, com mais de 31 mil câmeras, e que sua eficácia é comprovada pelos resultados, como a prisão de quase 3 mil pessoas em flagrante e a localização de mais de 1,5 mil foragidos.

A prefeitura argumentou que a comparação entre a capital e cidades do interior, com realidades sociais, econômicas e criminais diferentes, é inadequada. O estudo também foi acusado pela gestão municipal de ter uma introdução “carregada de afirmações politizadas”, sem respaldo nos dados. A prefeitura garantiu ainda que todos os alertas do sistema são validados por agentes humanos, e que não há registro de prisões incorretas.

O CESeC, por sua vez, afirma que a falta de impacto mensurável, mesmo após um ano de operação, sugere que o sistema é mais “instrumento de propaganda política do que uma política pública baseada em evidências”. O centro de estudos também levantou preocupações sobre os custos sociais do programa, citando casos de erros de identificação e a falta de regulação específica para o uso de tecnologias de reconhecimento facial. Com informações da Agência Brasil

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