Déficit de fitas para medir glicose é de quase 200 mil anuais nas unidades de saúde de Pará de Minas
As pessoas diagnosticadas com a diabetes precisam fazer o controle diário do nível de glicose no sangue para evitar complicações que podem ser provocadas pela doença. Os médicos também recomendam uma dieta rigorosa para ser seguida.
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O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregá-la adequadamente no organismo. O hormônio controla a quantidade de glicose no sangue.
O corpo precisa da insulina para utilizar como fonte de energia o açúcar que obtemos por meio dos alimentos. Quando a glicose no sangue fica alta ocorre à chamada hiperglicemia.
Se permanecer por longos períodos, ela poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos. Com o passar do tempo a patologia também pode provocar problemas na visão, na pele, nos rins, entre outros.
Para isso eles precisam de uma fita para medir a glicemia que é distribuída nos postos de saúde de Pará de Minas. Porém, já faz um bom tempo que essas fitinhas não estão sendo encontradas pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A situação para os diabéticos que necessitam retirar estas fitas para aferir glicemia nas unidades de saúde não está nada fácil. O número de fitas enviadas pelo governo do Estado de Minas Gerais é insuficiente para atender a demanda em Pará de Minas.
A Secretaria de Estado da Saúde envia ao município duas remessas anuais das chamadas “fitinhas de glicose”, mas os números são muito preocupantes para quem precisa fazer a aferição diária ou várias vezes no mesmo dia, por recomendação médica.
Recentemente a equipe do Programa Hiperdia, da Secretaria Municipal de Saúde, atualizou os controles sobre os atendimentos prestados aos diabéticos no município de Pará de Minas e constatou um déficit anual de quase 200 mil fitas para medir glicemia, se somadas às duas remessas disponibilizadas anualmente pelo governo de MG.
O levantamento obtido com exclusividade pela reportagem do Portal GRNEWS confirma que são necessárias 335.400 fitas para medir glicemia para atender a demanda dos paraminenses.
Entretanto, o município recebeu no início do ano de 2017 uma remessa de 71.000 fitas. Como são duas entregas anuais, constata-se que anualmente a Secretaria Municipal de Saúde recebe 142.000 fitas para medir glicemia enviadas pelo governo estadual.
Em uma conta simples constata-se que existe um déficit anual de 193.400 fitas para medir glicemia. Esse dado é muito preocupante para quem precisa retirar as mesmas nas unidades de saúde públicas de Pará de Minas.
A situação piora, porque o controle do diabetes exige vigilância constante e muitas pessoas portadoras da doença não dispõem de até R$ 160,00, valor que chega a custar nas farmácias uma caixinha das fitas, dependendo da marca e da quantidade.
Muitos reclamam que há meses não conseguem as tais fitinhas nas unidades de saúde em Pará de Minas. Argumentam, que como o município tem gestão plena de saúde, a prefeitura deveria adquirir as fitinhas que faltam para à atender a demanda e ajudar os diabéticos a controlar a doença, evitando complicações posteriores. Por outro lado, o município tenta equilibrar a receita para conseguir oferecer os atendimentos no setor de saúde.
Sobre essa questão o secretário municipal de Cultura, Comunicação Institucional, Esportes, Lazer e Turismo, e interino da Saúde, Paulo Duarte, afirma que o material é liberado pelo governo do Estado de Minas Gerais em duas remessas anuais.
No entanto, a Secretaria de Estado da Saúde enviou apenas um volume no início do ano que não atende a demanda. O município não tem como adquirir essas fitas por causa do alto custo envolvido e isso vem sendo negociado com o estado:
Paulo Duarte
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Ele informou que o próximo lote de fitas para medição da glicose no sangue deverá ser liberado em agosto. A prefeitura vem pedindo autorização para participar do processo licitatório do Estado para comprar o que está em falta:
Paulo Duarte
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, só no Brasil existem mais de 13 milhões de pessoas que convivem com a doença. Todos têm que medir a glicose no sangue diariamente e seguir as recomendações médicas.
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