Novas cultivares de soja chegam ao mercado: alta produtividade e blindagem contra doenças

A Embrapa e a Fundação Meridional anunciaram o lançamento de duas novas cultivares de soja, BRS 1075IPRO e BRS 774RR, que prometem revolucionar os campos brasileiros. Ambas se destacam pelo elevado potencial produtivo e pela notável resistência/tolerância às principais doenças que afetam a cultura, entre outros diferenciais. “Estamos colocando no mercado duas cultivares de soja bastante promissoras para a região Centro-Oeste, um dos celeiros produtivos do Brasil”, ressalta Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja (PR).

Os produtores interessados em adquirir as sementes dessas novas variedades podem entrar em contato com a Fundação Meridional.
BRS 1075IPRO: produtividade e proteção contra lagartas e doenças

A BRS 1075IPRO é uma cultivar transgênica que incorpora a tecnologia “Intacta RR2PRO”. Essa característica confere à planta tolerância ao herbicida glifosato, facilitando o controle de plantas daninhas, e resistência a diversas lagartas que atacam a soja, como a Anticarsia gemmatalis e a Chrysodeixis includens, por exemplo.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Carlos Lásaro Melo, este material demonstrou alta competitividade, apresentando produtividades elevadas, com rendimentos superiores a 7% em comparação com as cultivares mais utilizadas nas regiões de indicação. Nos testes, a nova cultivar exibiu alta estabilidade produtiva, boa resistência ao acamamento, além de excelente sanidade foliar e radicular. “Ela é uma opção que permite o plantio antecipado da soja, possibilitando sua inserção no sistema de rotação ou sucessão com outras culturas”, explica Melo.

Outro ponto forte da BRS 1075IPRO é sua elevada sanidade. Em testes de campo e casa de vegetação, a cultivar demonstrou resistência às principais doenças da soja, como cancro da haste, pústula bacteriana, vírus da necrose da haste e podridão radicular de Phytophthora. Além disso, é moderadamente resistente à mancha olho-de-rã. A BRS 1075IPRO beneficiará produtores das seguintes regiões: Goiás (RECs 301, 303 e 401), Mato Grosso do Sul (REC 301), Mato Grosso (RECs 401 e 402) e Rondônia (REC 402).

BRS 774RR: flexibilidade de plantio e resistência a nematoides
A soja BRS 774RR é outra cultivar transgênica com resistência ao glifosato, o que simplifica o manejo de plantas daninhas. “Ela obteve ganho médio de 4,2% em produtividade em comparação com os demais materiais da região, e com ampla participação na área cultivada com soja”, ressalta Melo.

Um de seus diferenciais é a possibilidade de permitir uma ampla janela de semeadura e estabilidade na região de adaptação. “É uma opção de cultivar de soja para quem deseja um plantio antecipado e rentável, em áreas de alta fertilidade, possibilitando sua inserção no sistema de rotação ou sucessão com outras culturas”, detalha o pesquisador.

Com relação à sanidade, em testes de avaliação a campo e casa de vegetação, a BRS 774RR apresentou resistência ao cancro da haste, à podridão parda da haste, à podridão radicular de Phytophthora e ao Nematoide de Cisto (Raça 3). A cultivar também se mostrou moderadamente resistente à pústula bacteriana, mancha olho-de-rã e ao nematoide de galha Meloidogyne javanica.

Segundo Melo, a BRS 774RR se destaca pela excelente arquitetura de planta e estabilidade de produção na região de adaptação. A BRS 774RR atenderá produtores de algumas regiões edafoclimáticas de Goiás (RECs 301, 303, 304 e 401), Mato Grosso (RECs 401 e 402), Mato Grosso do Sul (REC 301), Rondônia (REC 402) e Minas Gerais (RECs 303 e 304).

Refúgio agrícola: a importância da BRS 774RR para o manejo da resistência
Um diferencial importante da BRS 774RR é sua adequação para ser utilizada em áreas de refúgio de lavouras que cultivam cultivares com as tecnologias Intacta IPRO (resistência ao glifosato e uma proteína – Cry1Ac – que confere resistência a algumas lagartas) e Intacta2 Xtend (I2X). A tecnologia I2X combina três proteínas (Cry1A.105, Cry2Ab2 e Cry1Ac), proporcionando proteção contra seis espécies de lagartas que atacam a cultura da soja: Helicoverpa armigera, Spodoptera cosmioides, lagarta falsa medideira (Chrysodeixis includens), lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta das maças (Chloridea virescens) e broca das axilas (Crocidosema aporema). Além disso, a I2X confere tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba.

A recomendação atual de refúgio para a cultura da soja é de, no mínimo, 20% da área com tecnologia diferente da Intacta IPRO e da I2X. Segundo o pesquisador Daniel Sosa Gomez, essa é uma medida preventiva que consiste no plantio de parte da lavoura com outras opções de soja não-Bt (sem a toxina Bacillus thuringiensis (Bt)) a uma distância máxima de 800 metros de lavouras.

“A adoção da área de refúgio possibilita o acasalamento aleatório de mariposas oriundas das áreas de refúgio, favorecendo a manutenção de populações suscetíveis e retardando a seleção de populações resistentes”, detalha. A Embrapa defende, ainda, que o manejo de pragas nas lavouras siga as mesmas premissas do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

“Em 50 anos de atuação, a Embrapa Soja vem entregando anualmente novas cultivares com tetos de produtividade crescentes, além de estabilidade e sanidade para que o produtor brasileiro tenha em mãos as mais avançadas tecnologias embutidas na sua semente”, resume Nepomuceno. Com informações da Embrapa

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