Plataforma reunirá dados da produção ao consumo do trigo no Brasil

dados com informações estratégicas que vão subsidiar políticas de incentivo e investimento no crescimento da produção. O desenvolvimento da ferramenta faz parte de um amplo projeto de pesquisa para o crescimento da triticultura no bioma Cerrado, especialmente nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. No entanto, terá dados de todo o país, pois a tomada de decisão sobre investimentos em semeadura na área do Cerrado envolve fatores de outras regiões, como a presença de unidades de processamento e até mesmo o consumo em outros estados. A solução tecnológica deve ser entregue até o fim de 2025 tanto para a sociedade quanto para o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que solicitou o trabalho.

Liderando a iniciativa, o analista da Embrapa Trigo, Álvaro Dossa, observa que a expansão da lavoura de trigo no Cerrado é um fator-chave para que o Brasil alcance a autossuficiência no cereal. Portanto, conectar os dados dessa área com os do restante do país é fundamental considerando a cadeia produtiva e o fornecimento de matéria-prima para a indústria. “Não podemos apenas isolar o Cerrado porque as decisões não são isoladas. Por exemplo, tem muito consumo no Nordeste do Brasil, uma população grande”, avalia. “É uma questão nacional, não dá para entender analisando apenas a realidade da região de expansão. Olhar apenas a intensidade de moagem que existe na região não é suficiente para dimensionar a demanda. Muitas vezes, os moinhos podem estar fora dessa região e exercer uma capacidade de influência. Um moinho localizado no norte do Paraná pode buscar trigo em Minas Gerais ou no Mato Grosso do Sul”, complementa o analista André Farias, da Embrapa Territorial (SP).

Dez anos de trabalho em evolução
A plataforma deve apresentar dados sobre a produção (sementes, insumos, evolução histórica) e processamento (capacidade instalada, estocagem), além do consumo interno e da exportação. Também agregaremos trabalhos que vêm sendo realizados em uma parceria entre a Embrapa Trigo, a Embrapa Territorial e pesquisadores da Sede da Empresa, há dez anos. Em 2015, um estudo projetou planos de crescimento das plantações nas quatro regiões da cultura, analisando principalmente a participação do trigo em relação à área de soja e milho da safra de verão e a otimização de locais que historicamente tinham sido ocupados pela triticultura. Um segundo trabalho, dois anos depois, avaliou como o plantio de cereais se expandiu, ou se retraiu, nas diferentes áreas do território nacional, ao longo de 25 anos. A estimativa das lacunas de produtividade foi um terceiro esforço para compreender as diferenças que existem na produção do trigo conforme a localidade, mesmo em regiões com produção consolidada e condições ambientais semelhantes.

Todas essas análises estão sendo atualizadas para integrar a plataforma. “É uma evolução do trabalho no sentido de que integra muito do que já fizemos e também porque tem muitos outros indicadores, por exemplo, tem toda a questão de socioeconomia, toda a questão de empregos, a questão de consumo, que nunca trabalhamos, e vários outros indicadores. Além disso, tudo estará em uma plataforma interativa”, diz o analista Rafael Mingoti, da Embrapa Territorial. Ele avalia que isso amplia as possibilidades de uso e o consumidor público dos dados. “Esse trabalho pode questões alimentares sobre sementes, pode questões alimentares sobre trabalhos semelhantes para outros produtos. Também vai atender os cidadãos que atuam na produção tritícola, desde o produtor rural, a assistência técnica, investidores…”, diz.

O analista Adão Acosta, da Embrapa Trigo, chama a atenção para os ganhos obtidos com a conjugação de esforços entre equipes de dois centros de pesquisa da Embrapa, além da Superintendência Estratégica e da Diretoria de Pesquisa e Inovação. O analista Job Lucio Gomes Vieira, da Superintendência, complementa: “Esse estudo tem uma natureza integrada de duas áreas, a inteligência territorial e a estratégica”. Com informações da Embrapa.

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