Diplomacia e produção de qualidade abrem mais de 500 mercados internacionais para o agro brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta segunda-feira (15) o trabalho conjunto do governo e a alta qualidade da produção nacional como fatores que impulsionaram a abertura de mais de 500 novos mercados internacionais para produtos agropecuários do Brasil entre 2023 e 2025. Esse feito já resultou em US$ 3,4 bilhões em exportações.

A declaração foi feita durante a inauguração da sede própria da Agência de Promoção Comercial do país no Exterior (ApexBrasil), em Brasília, um evento que celebrou o marco de expansão comercial para mais de 80 países.

Potencial de US$ 37,5 bilhões por ano
O trabalho de expansão é fruto da articulação entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a ApexBrasil, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, em colaboração estreita com o setor privado.

Lula celebrou o equilíbrio alcançado pela agropecuária nacional. “O que acontece no Brasil hoje: a gente produz para atender o mercado interno e a gente produz tão bem que a gente consegue atender as necessidades do mercado externo. Essa é a coisa mais perfeita que poderia acontecer”, destacou o presidente.

Segundo estimativas do Mapa, os 500 mercados abertos — que incluem diferentes tipos de produtos dentro de cada país — têm o potencial de gerar mais de US$ 37,5 bilhões por ano em exportações. Carnes, algodão, frutas e pescados estão entre os itens mais beneficiados pela nova habilitação.

Reconhecimento sanitário e força-tarefa comercial
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, classificou a expansão como um “feito histórico”, atribuindo-o à boa diplomacia brasileira e à capacidade produtiva do país.

Fávaro citou como exemplo o reconhecimento, em 2025, de que o Brasil é um país livre de febre aftosa. “O mundo agora reconhece a sanidade dos produtos brasileiros, capacidade de produzir cada vez mais com garantia das qualidades”, afirmou.

Para sustentar essa expansão, o governo investiu na promoção comercial, aumentando o número de adidos (representantes comerciais no exterior) de 29 para 40.

O ministro prevê que o resultado desses 500 novos mercados será sentido gradativamente nos próximos anos, à medida que os parceiros comerciais ampliem seus pedidos após a primeira compra.

Recorde de exportação e aposta na indústria
O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou a importância da abertura comercial, afirmando que o Brasil deve bater o recorde de exportação neste ano.

“Mesmo com o mundo crescendo menos e preço menor, nós devemos bater um recorde de US$ 345 bilhões de exportação, e US$ 629 bilhões de corrente de comércio”, disse Alckmin, que mencionou até um aumento de 4% na exportação de panetone.

Lula, por sua vez, demonstrou o desejo de expandir a presença brasileira em outros setores, além do agro. Ele anunciou que participará da Feira de Hannover, na Alemanha, no próximo ano, um dos maiores eventos de inovação industrial do mundo, e levará a maior quantidade de empresários possível para mostrar que a indústria nacional é competitiva e tem identidade própria.

O presidente também planeja viagens à Coreia do Sul (para explorar parcerias em cosméticos) e à Índia (com foco em defesa, fármacos e tecnologias agrícolas).

O papel da ApexBrasil
A ApexBrasil, criada no primeiro mandato de Lula (2003), tem sido fundamental nesse esforço conjunto. Entre 2023 e 2025, a agência e seus parceiros realizaram mais de 170 ações internacionais em 42 países, projetando US$ 18 bilhões em negócios e atendendo mais de três mil empresas brasileiras.

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou o modelo de parceria com o setor privado, onde a agência mantém 52 convênios com 52 setores da economia, dividindo o custo para garantir a participação do Brasil em cerca de mil eventos de negócios por ano no exterior.

A agência também prioriza a descentralização, focando no apoio a micro, pequenas e médias empresas (que representam 66% das 20.754 empresas apoiadas em 2025) e nas regiões Norte e Nordeste. Com informações da Agência Brasil

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