Alerta na saúde infantil: quando a virose exige uma corrida ao hospital

Queixas como febre, tosse e diarreia são bastante comuns nos atendimentos pediátricos e frequentemente estão associadas a viroses que o organismo consegue combater sozinho. Embora a maioria desses quadros seja autolimitada, é essencial que os responsáveis consigam discernir quando os sintomas representam apenas um mal-estar passageiro ou indicam a necessidade de socorro médico imediato.

A pediatra, infectologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário Maurício de Nassau Recife (Uninassau), campus Boa Viagem, Alexsandra Costa, esclarece que as manifestações variam conforme o tipo de vírus. Nos casos respiratórios, os sinais mais recorrentes incluem coriza, tosse (seca ou rouca), congestão nasal e dor de garganta, muitas vezes acompanhados de febre e perda de apetite. Já nas viroses gastrointestinais, são comuns a diarreia aquosa, vômitos e dor abdominal.

Além das queixas específicas, podem surgir sintomas gerais como irritabilidade, cansaço, dor de cabeça e dor muscular leve. Em crianças muito pequenas, a identificação é ainda mais desafiadora, podendo se manifestar apenas por meio de choro persistente, sono alterado e recusa em se alimentar.

Sinais de alerta que não podem ser ignorados
A febre, por si só, nem sempre é um indicativo de perigo. “Se o pequeno continua ativo, aceita líquidos e mantém boa respiração, os pais podem cuidar em casa com medidas simples de conforto. O problema é quando o comportamento muda”, explica Alexsandra Costa.

Qualquer alteração no estado geral da criança deve ser vista como um sinal de alerta. São motivos para procurar o médico imediatamente:
Letargia ou sonolência excessiva;

Dificuldade para acordar ou interação reduzida;

Febre persistente por mais de três dias.

Em bebês com menos de três meses, qualquer elevação da temperatura deve ser considerada motivo para consulta médica sem demora.

A médica também chama a atenção para situações que exigem uma ida urgente ao pronto-socorro, pois indicam um risco de evolução rápida da doença:
Dificuldade respiratória (respiração rápida, ofegante ou com esforço);

Crises convulsivas;

Manchas roxas na pele que não desaparecem ao toque;

Rigidez de nuca;

Sinais de desidratação grave, como boca muito seca, ausência de lágrimas ao chorar, poucas fraldas molhadas (ou nenhuma) ou urina muito escura.

Cuidados em casa e o perigo da automedicação
A especialista adverte veementemente contra a automedicação. “Dar remédios sem prescrição pode trazer sérias consequências. Erros de dosagem, uso de substâncias inadequadas para a idade ou até anti-inflamatórios podem provocar efeitos colaterais graves. O ideal é sempre respeitar a orientação do pediatra e nunca oferecer xaropes ou combinações para resfriados em lactentes”, alerta.

Para a recuperação, a hidratação e uma alimentação equilibrada são cruciais. A pediatra orienta que vômitos, febre e diarreia aumentam a perda de líquidos, sendo fundamental oferecer água, soro de reidratação oral ou manter o aleitamento materno para os bebês. Quanto à dieta, não é necessário forçar refeições grandes; porções pequenas, leves e nutritivas já auxiliam no processo de cura.

Na prevenção, a médica reforça a eficácia de medidas simples: manter a vacinação atualizada, higienizar as mãos com frequência, usar a etiqueta respiratória (cobrir a boca ao tossir ou espirrar) e evitar o compartilhamento de utensílios. A ventilação de ambientes e o isolamento da criança doente também são importantes para frear a disseminação de vírus em creches e escolas.

O recado final é direto: a observação do estado geral da criança é mais importante do que apenas o número do termômetro. “Se estiver alerta, hidratada e com sintomas leves, é possível acompanhar em casa. Mas qualquer sinal de alerta deve levar os pais a buscar atendimento sem demora”, conclui Alexsandra Costa. Com informações da Assessoria de Comunicação do Centro Universitário Maurício de Nassau Recife

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