Diploma de ensino superior pode ser o caminho para melhores salários no Brasil

Ter um diploma de ensino superior pode mais que dobrar a renda de um trabalhador no Brasil. A informação está em um novo relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que destaca os benefícios da formação superior. O estudo mostra que, no país, ter um diploma universitário aumenta as chances de conseguir um emprego e de ter um salário 148% maior, superando a média de 54% dos países da OCDE.

Apesar dos benefícios, o acesso ao ensino superior ainda é limitado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 20,5% dos brasileiros com 25 anos ou mais concluíram a graduação em 2024. O relatório da OCDE também aponta que um a cada quatro estudantes abandona o curso já no primeiro ano, uma taxa de evasão superior à média de 13% dos países da organização.

Desafios e taxas de abandono
O relatório da OCDE indica que o abandono precoce pode ser um sinal da falta de preparo dos alunos, que chegam ao ensino superior sem a orientação profissional e o apoio necessários. Segundo a OCDE, a evasão não só prejudica o retorno do investimento público em educação, mas também contribui para a escassez de profissionais qualificados no mercado.

A pesquisa também destaca a situação de jovens que não trabalham nem estudam, conhecidos como NEET. No Brasil, 24% dos jovens entre 18 e 24 anos se enquadram nessa categoria, um número significativamente maior que a média de 14% da OCDE. A diferença é ainda mais acentuada entre homens e mulheres, com 29% das jovens brasileiras nessa situação.

A questão do investimento e da qualidade
O relatório da OCDE aponta que o Brasil investe cerca de 3.765 dólares por aluno no ensino superior. No entanto, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) contesta o valor, afirmando que o gasto real é de 15.619 dólares por aluno em instituições públicas, um valor superior à média da OCDE. A diferença no cálculo ocorre porque a OCDE considera todos os estudantes, incluindo os de instituições privadas, enquanto o Inep foca apenas nos alunos de universidades públicas, que são a minoria no país.

Além do investimento, a qualidade da educação também é um ponto de atenção. O estudo da OCDE mostra que, mesmo em países desenvolvidos, muitos adultos com diploma universitário têm dificuldade para ler textos complexos, indicando a necessidade de melhorar a qualidade do ensino oferecido. Com informações da Agência Brasil